Até a madrugada de sexta-feira, dia 2 de julho, a disputa presidencial de 2022 estava entre Bolsonaro e Lula. Agora, Eduardo Leite entra no páreo. Por outro lado, por maior viés eleitoreiro e político que tenha a revelação do governador do Rio Grande do Sul em relação a sua orientação sexual, o fato pode representar um avanço importante na luta nacional por igualdade de gênero e contra o preconceito. E o melhor, o tema vira uma não-arma para as eleições de 2022.
Eduardo Leite escolheu a dedo o momento e o programa para dizer ao Brasil (até porque todos – ou quase todos – os gaúchos já sabiam) de que é gay. Também foi estratégica a comparação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação à cor. Portanto, Eduardo Leite faz a revelação de caso pensado, de olho na eleição do próximo ano. Ainda assim, nada disso tira os méritos do gesto.
Aos 36 anos, com pouco – ou nenhum – histórico na política nacional, Eduardo Leite precisava de algo que alçasse seu nome ao debate nacional. Agora não precisa mais.
O fator político
Ao se assumir gay, Eduardo Leite esvazia o discurso do PT e dos partidos da extrema esquerda. Explico: a esquerda de Lula acusa Bolsonaro de homofóbico e preconceituoso e sustenta neste tocante os maiores ataques ao atual Presidente da República.
Com a revelação de Leite, o tema perde força e argumento, pois o antídoto aos discursos de ódio e preconceito de Bolsonaro é o próprio Eduardo Leite. Em relação a Jair Bolsonaro, não há mais como dizer que Leite esconde algo de seus eleitores, como ele insinua em tantos momentos quando constrói narrativas para desacreditar oponentes.
A integridade e o fator humano
Eduardo Leite entra para a história. Por vir de um governador de estado, seu gesto é carregado de simbologia, peso e relevância. Ainda que esteja visível o interesse de favorecer-se politicamente, nada tira o mérito do jovem chefe do Piratini.
Numa sociedade machista e preconceituosa – especialmente a gaúcha – não deve ser fácil se assumir gay e ainda abrir margem para julgamentos, como se as escolhas individuais fossem da conta dos arautos do moralismo apoiados no preconceito maquiado.
Tem outro fator que não podemos ignorar. Artistas, atletas, jornalistas, empresários têm assumido um compromisso cada vez maior com a naturalização das questões de igualdade de gênero, de raça e de religião.
Quando um governador de estado se assume gay, a classe política também entra com força nesse combate ao preconceito. Só por isso, Eduardo Leite terá dado uma contribuição exponencial à sociedade. Se ele virar presidente ou não, isso é outra história. E é bom que separemos as duas coisas justamente para aproveitar o momento e evoluir como espécie mais íntegra e altruísta.
Afinal, não é o gênero, nem a raça e nem a religião que estabelecem o caráter e a integridade de uma pessoa. Parabéns, Eduardo Leite. Acabaste de tirar o tema das eleições de 2022. Isso já é uma grande conquista.
Inspiração na Serra
Comitiva do Vale do Taquari buscou inspiração na Serra Gaúcha para implementar ações no Pro_Move Lajeado. No Centro de Inovações da Randon e no Instituto Hélice, representantes do Poder Público de Lajeado, da Univates, empresários, líderes de entidades e o secretário executivo da Agil, Cristiano Zanin, conheceram modelos de inovação tecnológica e de como a tríplice hélice atua no desenvolvimento econômico, social e cultural da Serra Gaúcha.
O exemplo serrano, especialmente da Randon, tem inspirado o estado e se mostra como um dos modelos mais assertivos no sentido de promover a inovação sem perder a essência e o resultado dos negócios. A comitiva lajeadense conheceu de perto a triplice hélice, o processo de inovação em curso e a união das empresas. Para se ter uma ideia, a Randon tem 13 mil funcionários e de uma empresa engessada virou símbolo de inovação.