“Queríamos dar mais dignidade para as pessoas”

Abre aspas

“Queríamos dar mais dignidade para as pessoas”

Andrea Caneppele Kolling é voluntária da Paróquia São Gabriel Arcanjo, em Cruzeiro do Sul. Desde 2020, ajuda a organizar o brechó solidário, com venda de roupas a custo baixo e doações para famílias mais necessitadas. Em conjunto com outras voluntárias, decidiram promover uma feira do artesanato. Primeira edição ocorreu em junho

“Queríamos dar mais dignidade para as pessoas”
(Foto: Mateus Souza)
Vale do Taquari

De onde surgiu a ideia do brechó solidário?
É uma iniciativa que começou pequena e foi tomando forma. Foi logo após a enchente do ano passado, pois Cruzeiro do Sul foi um dos municípios mais afetados pela cheia. Nós não tínhamos uma coisa organizada para as pessoas que chegavam aqui em busca de doações. As roupas estavam mofadas. Queríamos dar mais dignidade para essa gente. A partir daí, as roupas doadas começaram a passar por uma triagem.

Como é feita a separação das roupas?
As peças em melhores condições são comercializadas de R$ 1 a R$ 20. Já as demais peças, que também apresentam condições de uso, são destinadas a quem mais necessita, sem custos. E todo o valor arrecadado é utilizado na compra de alimentos e material escolar para famílias carentes. Também revertemos esse dinheiro na compra de cadeiras de rodas e muletas, que alugamos para quem precisa por um preço simbólico.

O retorno da comunidade tem sido positivo?
Felizmente as pessoas estão contribuindo e doando. Nem precisamos pedir. Toda semana recebemos sacolas de roupas. E o brechó, que abria uma vez por semana, passou a funcionar por três tardes, nas segundas, terças e sextas-feiras, com mais voluntárias atuando. Atendemos em uma sala no corredor da Paróquia São Gabriel Arcanjo. E temos o envolvimento do padre Milton Inácio Lunardi, que ajuda, nos orienta e se preocupa muito com as pessoas que passam necessidade.

A partir do brechó, decidiram organizar uma feira. Qual o propósito?
Nossa intenção era a de possibilitar às artesãs da cidade uma segunda renda, já que muitas são mães que deixaram de trabalhar no período da pandemia. Mas não pensávamos que a feira fosse abranger tantas mulheres. Se tivéssemos de 8 a 10, já seria ótimo. Mas tivemos 31 barraquinhas, muitas delas de pessoas de fora de Cruzeiro do Sul. Cobramos um aluguel simbólico para os estandes, um valor que será revertido para os mais necessitados.

Qual a avaliação da primeira feira?
Superou nossas expectativas. A feira, que foi autorizada pela prefeitura, ocorreu na manhã e tarde de 12 de junho e foi ótima, todos os participantes ajudaram a divulgar. A maioria das artesãs falaram que venderam muito bem. E as que não tiveram muito movimento retornaram que a participação na feira abriu portas muito boas. Tivemos um público muito educado, que não se aglomerou.

Haverá uma nova edição?
Sim. Estamos estudando a possibilidade de marcar mais duas para este ano. Durante a semana, conversei com as artesãs e sugeriram duas datas, mas precisamos verificar se a comunidade ou a prefeitura não terão algo no mesmo dia.

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