Maio com 183 postos abertos indica retomada econômica

Geração de empregos

Maio com 183 postos abertos indica retomada econômica

Pelo segundo mês seguido, região contabiliza mais contratações do que demissões, segundo dados do Caged. Avanço da vacinação eleva otimismo do mercado e interfere sobre empregabilidade

Maio com 183 postos abertos indica retomada econômica
Crédito da imagem: divulgação
Vale do Taquari

A previsão de melhoria no ambiente dos negócios, com aumento no consumo e na produção, puxa a geração de empregos. Um indicativo deste movimento está nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ligado ao Ministério da Economia.

No Vale do Taquari, maio teve o segundo aumento consecutivo na empregabilidade. Nos 38 municípios, foram 183 novos postos. Em abril, o saldo foi de 260. Neste último, em específico, o RS vivia um período de restrições, com colapso no atendimento em saúde devido à ocupação total das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).

Com as revisões em termos do crescimento do Produto Interno Bruto, do consumo e da produção no país, a economista Cintia Agostini ressalta que as informações do mercado de trabalho formal retratas pelo Caged, ajudam a confirmar essas expectativas.

“Estamos falando mais de vacina do que de pandemia”, frisa. A partir disso, diz, há perspectiva de que o país, o RS e a própria região têm poucas chances de novas restrições, com fechamento de atividades produtivas.

De acordo com Cintia, a volta da empregabilidade tem movimentos bem definidos. Começa com mais oportunidades nas áreas do agronegócio e da indústria. Depois disso, repica sobre o comércio e os serviços.

Em termos gerais, das 38 cidades do Vale, 25 tiveram resultados positivos no mês de maio. Quando se olha para o período de abril do ano passado até a informação mais recente, o saldo do Vale superou os 1,5 mil postos criados.

IBGE e Caged

“Importante sabermos que o Caged soma apenas o emprego formal. É um terço da população economicamente ativa”, ressalta Cintia. As informações são diferentes as do Pnad do IBGE, em que se estima também o número de desempregados, desalentados e a informalidade.

Segundo a economista, é possível interpretar essas informações a partir da qualificação da mão de obra. “O trabalho com carteira assinada indica contratações mais sólidas, em que o trabalhador tem mais qualificação e também pela solidez das próprias empresas.”

O IBGE divulgou nesta semana a taxa de desemprego no país foi de 14,7%. Com isso, o número de desempregados teve alta de 3,4%, com mais 489 mil pessoas desocupadas.

No total, são 14,8 milhões de pessoas buscando trabalho. A taxa e o número de desempregados são os maiores desde o início da série histórica, iniciada em 2012. “Esse levantamento dá conta dos outros dois terços da população. Justo a parte menos instruída, do microempresário individual que faliu, ou daqueles que desistiram de procurar emprego”, analisa Cintia.

Perspectiva regional

O presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Ivandro Rosa, contextualiza o saldo positivo a partir do cenário produtivo do Vale do Taquari. Frente a instabilidade na produção cárnea, em especial na industrialização dos cortes de frangos, empresas optaram pela suspensão de contratos como forma de evitar demissões.

Na análise dele, o resultado positivo tem como marca o fortalecimento do comércio e dos serviços, junto com a atuação das fábricas voltadas à panificação e bolachas, metalmecânica.

“Ainda é lenta a retomada, mas é positivos. Revertemos a tendência de fechamento de vagas e para junho, certamente as contratações ficarão em alta.” Essa perspectiva se sustenta sobre o fortalecimento do segmento da logística e a reversão da crise na produção alimentícia, tendo em vista a queda nos custos de produção frente a importação de milho dos EUA e a cotação do grão, que caiu de R$ 105 para R$ 85 a saca de 60 quilos.

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