O anúncio do fechamento da UTI Pediátrica do Hospital Bruno Born (HBB) não pode seguir recheado de conformismo. Não pode ser assim. A perda da referência intensiva para crianças de 29 dias até 13 anos de idade é um retrocesso para todo o Vale do Taquari e, claro, para todo o Rio Grande do Sul. As palavras do vereador Sérgio Kniphoff (PT) – pediatra e um dos fundadores da UTI Pediátrica -, durante o programa Frente e Verso de ontem, reforçam a necessidade de união em prol da manutenção do setor de atendimento.
“Antes (da UTI), as crianças morriam porque não tínhamos UTI e não conseguíamos leitos. E quando conseguíamos em Porto Alegre, era uma dádiva. Era algo muito difícil”. A luta é de todos. Portanto, mãos à obra prefeitos, deputados, líderes regionais…
“O meu partido é a Educação”
O governo de Lajeado confirmou ontem a saída da Secretária de Educação Vera Plein, que estava no governo desde o início do primeiro mandato do prefeito Marcelo Caumo. De forma oficial, ela foi comunicada sobre a exoneração no dia 19 de junho. E ela não pretendia deixar a posição. “Eu respeito a decisão e sigo torcendo por ele (prefeito). Acho que o Executivo está realizando um excelente trabalho. Mas eu preciso ser honesta: eu queria continuar. Durante esse período, resgatamos a identidade das escolas e recuperamos a credibilidade e a capacidade de investir em obras e capacitações. E isso é mérito de toda a equipe. Não fomos perfeitos, claro, mas deixamos um legado. Eu saio de cabeça erguida e o meu partido é a educação”, finaliza.
PPA e sede à Câmara
A Câmara de Arroio do Meio convocou uma sessão extraordinária na terça-feira para apreciar o projeto de lei do Executivo que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA) 2022-2025. Durante a discussão da matéria, porém, surgiram diversas dúvidas entre os vereadores e Paulo Heck (MDB) pediu vistas ao PL. E entre as sugestões debatidas, o vereador Paulo Backes (PDT) sugeriu que o Legislativo projete um local próprio para a sede. A proposta volta à votação no dia 7 de jullho. Entretanto, sem a presença de Marcelo Schneider (MDB) e Rodrigo Kreutz (MDB), que deixam o plenário por 60 dias e repassam as cadeiras para as emedebistas Michele Zanotelli e Ângela Bruxel.
Recado à RGE
O Governo de Estrela enviou ontem um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No documento, o Executivo solicita fiscalização intensiva sobre a empresa RGE Sul Distribuidora de Energia, que atende o município, e que nas últimas semanas voltou a ser alvo de reclamações por parte de clientes e líderes regionais.
Prédio do DAER
A insistência do Governo de Lajeado em incorporar o valioso prédio do Daer é instigante. É uma negociação atípica. A administração municipal se dispõe a custear uma obra viária milionária em nome do Estado e, em troca, quer receber a posse integral do imóvel localizado no entroncamento entre as avenidas Alberto Pasqualini e Benjamin Constant. No caso, o poder público lajeadense propõe pagar cerca de R$ 12,4 milhões para construir uma passagem inferior e duas vias marginais entre o famigerado trevo da BRF e o viaduto de acesso ao bairro Montanha, na ERS-130.
Prédio do DAER II
As obras pré-anunciadas são de crucial importância para a economia, mobilidade urbana e qualidade de vida dos lajeadenses (e também moradores de cidades vizinhas). Isso é fato. Isso ninguém questiona, penso eu. Mas é um gargalo histórico e que enfim está em vias de ser resolvido por meio de uma bilionária concessão pública já anunciada pelo Governo Estadual. Logo, é no mínimo curiosa essa pressa pertinaz para gastar recursos do município em uma rodovia que hoje é de responsabilidade do Estado, e que muito em breve será repassada à iniciativa privada.
Prédio do DAER III
A inclusão do prédio do DAER na negociação (que também prevê o “perdão” de uma dívida de R$ 4,5 milhões do Estado com o município) não parece ser a melhor solução para o imbróglio envolvendo o perímetro urbano da ERS-130. É uma negociação atípica e pouco justificável. Na Câmara de Lajeado, por exemplo, o debate é contínuo sobre o excesso de imóveis sob propriedade do município, e a necessidade latente de vender ou permutar áreas em troca de obras públicas. Logo, não faz muito sentido gastar uma babilônia em recursos para comprar um novo imóvel.
Prédio do DAER IV
E a negociação fica ainda mais excêntrica quando o governo municipal anuncia as intenções para com o valioso imóvel: a posterior venda para a iniciativa privada. Sendo assim, o governo municipal atuaria como um intermediário dentro do concorrido mercado imobiliário, e a compra do valioso imóvel em si não se justificaria como uma ação de interesse público. Comprar para vender ao setor privado, sem qualquer planejamento de ordem social, não parece ser função do poder público. O melhor a fazer, no caso, é convencer o DAER a negociar diretamente com todos os interessados.
Prédio do DAER V
Sobre o gargalo na ERS-130, e diante de uma eventual demora por parte da concessionária que assumir o trecho, o melhor caminho ainda parece ser a primeira proposta levada ao governo estadual, antes mesmo do início da pandemia. A sugestão do Executivo lajeadense é convencer o Estado a realizar um acordo com a multinacional BRF, nos mesmos moldes de um acordo já firmado com a gigante John Deere no município de Horizontina. Por lá, um termo entre as partes possibilitou que a empresa “arcasse” com R$ 40 milhões para obras viárias, mediante abatimento do ICMS.