O número de pessoas em situação de rua será tema de pesquisa em Lajeado. Para tanto, o município contratou uma empresa para reforçar os serviços de Assistência Social, para acolher e encaminhar cidadãos em vulnerabilidade.
A vencedora da concorrência pública foi uma organização de Encantado. Os assistentes sociais também vão auxiliar no levantamento da população de rua e de pedintes na cidade.
Pelo contrato, a prestadora de serviço vai atuar por seis meses. A estratégia é inclusive cobrir horários em que não há expediente dos servidores municipais.
A primeira reunião para determinar os parâmetros do trabalho e a apresentação do cronograma ocorre hoje. A equipe de trabalho contará com três profissionais, uma assistente social e dois educadores sociais, com carga horária de 20 e 15 horas semanais.
De acordo com a secretária do Desenvolvimento Social, Céci Gerlach, o início dos trabalhos está marcado para o dia 5 de julho. “Amanhã (hoje) serão alinhadas tratativas prévias para nortear as propostas e socializar com a rede de serviços e com a comunidade”.
Céci ressalta que a empresa deverá articular com o Centro de Referência em Assistência Social (CREAS) e estabelecer meios de proteção social.
O investimento do município será de R$ 9 mil ao mês. A empresa atuará no CREAS. O principal desafio da empresa será ajustar os cronogramas, considerando a carga horária dos profissionais e a abrangência dos trabalhos. Estes incluem abordagem noturna e ações alternadas nos demais turnos, de domingo a domingo.
As atividades serão propositivas, na abordagem às pessoas em vulnerabilidade, mas também vão atender a eventuais demandas da população, diz a assistente social Manuela Ferreira. Outro objetivo é acompanhar de forma mais intensa as pessoas e identificar suas redes de apoio.
Frio eleva riscos
O inverno alerta os serviços de atendimento a população em situação de rua. Ainda que de maneira empírica, a rede de amparo do município acredita que há um aumento no número de pessoas na rua.
Uma dessas análises parte do Abrigo São Chico. De acordo com a coordenadora, desde o início da pandemia, há um crescimento no número de pessoas com necessidade de atendimento social.
Neste ano, a entidade completa 20 anos de atuação. Tem capacidade para atender 44 pessoas. Destas, 40 vagas masculinas e quatro femininas. Conforme a coordenadora, a maioria das pessoas em situação de rua chegaram a esse condição por perda de vínculos familiares, abuso de álcool, drogas ou mesmo por problemas psiquiátricos.
Pelo acompanhamento dessa população, muitos sofrem de enfermidades crônicas, o que os tornam mais suscetíveis as doenças comuns em períodos frios.