“Ninguém da direção do HBB está satisfeito com essa situação”

IMPACTO NO ATENDIMENTO

“Ninguém da direção do HBB está satisfeito com essa situação”

Depois de trinta anos no atendimento, Unidade de Terapias Intensivas pediátrica deixa de funcionar no Hospital Bruno Born, em Lajeado. Sem o serviço que era referência regional, pacientes podem ser encaminhados para o Hospital de Santa Cruz do Sul a partir de amanhã

“Ninguém da direção do HBB está satisfeito com essa situação”
(Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Depois de três décadas de atendimento, a UTI pediátrica do Hospital Bruno Born (HBB) será fechada nesta quarta-feira, 30. A unidade atendia no mesmo espaço da UTI neonatal. Esse fator e a falta de funcionários especializados para área pediátrica motivaram o fechamento do serviço em Lajeado. Esta era a única UTI pediátrica do Vale do Taquari.

O diretor técnico do HBB, Fernando Bertoglio, esteve no Programa Redação nas Ruas da Rádio A Hora 102.9 para falar sobre o assunto. “O surgimento da UTI pediátrica no passado era diferente. Na época, o tipo de atendimento que se prestava era um, e englobava as funções dos dois profissionais. Mas com o passar dos anos, a unidade neonatal foi se especializando. Em 2010 recebemos a informação de que essas UTIs não poderiam ser compartilhadas”, explica Bertoglio. Desde então, as unidades funcionam de forma irregular no hospital.

Segundo o diretor, houve uma tentativa recente para criar uma UTI pediátrica em outro local dentro da entidade, mas sem evolução. “A situação começou a se agravar. Chegamos ao ponto de termos um nenê nascido prematuro sem plantonistas. Quase fechamos a unidade neonatal também por falta de profissionais”, ressalta.

Depois de diversas reuniões com a coordenação do HBB, Bertoglio conta que não encontraram alternativas e essa seria uma forma de priorizar o atendimento da ala neonatal. “Nós já estávamos sendo sinalizados pela coordenação, e no fim do ano passado avisamos a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde”.

Sem alternativas

O diretor ainda ressalta que para montar uma nova UTI pediátrica, seria preciso altos valores econômicos para manter a estrutura e profissionais qualificados na área.

“Isso significa um aporte econômico considerável. Numa situação dessas é preciso a mão do Estado. Se fosse um hospital privado ou público seria diferente, mas somos um hospital filantrópico”, ressalta Bertoglio. Segundo ele, a UTI pediátrica tem quatro leitos com ocupação média de 40%.

Prejuízos para a região

Bertoglio diz que com o tempo os pacientes serão transferidos para outras unidades. A mais próxima da região é no Hospital de Santa Cruz do Sul, que passa por problema semelhante ao do HBB. Segundo o diretor, há conversas sobre a abertura de uma UTI pediátrica em Venâncio Aires. Mas, por enquanto, tanto o Vale do Taquari quanto o Vale do Rio Pardo serão afetados pelo fechamento da unidade.

“Niguém da direção está satisfeito nem feliz com essa situação, mas o HBB fez o que podia. Isso já vem de anos, já tentamos encontrar alternativas, mas essa é uma questão que o meio político também deveria ter resolvido”, afirma.

Mais leitos para o Neonatal

Com seis a oito leitos quase sempre ocupados, existe a possibilidade de ampliar o número de vagas da UTI neonatal com o fechamento da pediátrica. “É uma situação que o diretor executivo já está avaliando”, afirma Bertoglio.

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