Licença para duplicação chega nesta semana

COMPASSO DE ESPERA

Licença para duplicação chega nesta semana

Com quatro meses de atraso, ANTT informa concessionária sobre autorização para corte de árvores. Início da obra depende de novo trâmite burocrático

Licença para duplicação chega nesta semana
Repasse da licença ao nome da CCR deve ocorrer esta semana. Primeiro trecho a ter obras é de Marques até Lajeado (Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

O esperado início da duplicação depende da transferência de um nome. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) recebeu a licença do Ibama na sexta-feira passada. A gestão das liberações ambientais é feita pela agência e também pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), uma autarquia ligada ao governo federal. Com isso, os ofícios de autorização saem em nome destas organizações. A próxima etapa é repassar para o nome da CCR Viasul.

Esse imbróglio burocrático é responsável pelo atraso de quatro meses para o início da duplicação na BR-386. A expectativa aponta para o início da obra para esta semana, com a chegada da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV) para a concessionária.

Sem essa licença, a CCR Viasul não pode cortar árvores nativas e começar o preparo da nova pista. Pelo cronograma da empresa,
esses trabalhos deveriam ter sido iniciados em fevereiro. Ainda que haja o atraso, o setor de Engenharia da concessionária considera que a demora para a emissão do documento se deve à complexidade do projeto.

A construção da nova pista precisa de detonações de rochas, supressão em áreas de preservação permanente a construção de seis
pontes. Pelo contrato de concessão, a responsável pelos pedágios tem até fevereiro de 2023 para concluir a primeira etapa de
duplicação. São 20 quilômetros, sendo que a metade deve estar liberada para o fluxo em fevereiro de 2022.

Sem novos atrasos

Fábio Hirsch – coordenador de engenharia

Com o início da duplicação, outras seis etapas da obra já estão garantidas dentro do cronograma, pois a CCR Viasul entregou o anteprojeto das duplicações dos sete primeiros trechos no primeiro ano da concessão, em 2019.

Em dez anos, serão mais de 169 quilômetros de duplicação. Em entrevista anterior, o coordenador de Engenharia, Fábio Hirsch, afirmou que o atraso visto para o início das obras tende a não se repetir, pois os documentos trazem o licenciamento do trecho de
Canoas até Carazinho.

Segurança e empregos

Em 18 meses, a CCR Viasul calcula uma redução de 75% no número de acidentes fatais nos trechos concedidos. “Esse é o nosso principal objetivo, reduzir as mortes no trânsito. Além de preservar a vida, também há impacto sobre o setor público”, afirmou o diretor presidente da CCR Viasul, Fausto Camilotti durante palestra promovida pela Federasul no dia 10 de maio.

A cada acidente grave, estima-se que o custo aos cofres públicos se aproxime dos R$ 500 mil, em termos de seguros e atendimento em saúde. Sobre geração de impostos e empregabilidade a prioridade da CCR Viasul é contratar mão de obra local. Junto com isso, a compra de materiais nas empresas dos municípios que fazem parte dos trechos concedidos.

Em todos os quatro trechos sob responsabilidade da empresa no RS, o pagamento de ISS e os investimentos em serviços ultrapassam os R$ 46 milhões em 18 meses. No Vale do Taquari, esse montante chega em R$ 4,7 milhões.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

· O que trava o início da duplicação?

A CCR Viasul precisa da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV). É um instrumento que disciplina procedimentos para retirada espécies nativas em empreendimentos de interesse público ou social.

· Quem emite esse documento?

O ASV é pela Diretoria de Licenciamento Ambiental Federal (Dilic), do Ibama. O desmate de vegetação nativa só poderá ser realizado se o interessado obtiver esta autorização, que deverá ser solicitada no curso do processo de licenciamento ambiental.

· Como é feita a autorização?

Para conseguir a liberação, é preciso estabelecer um plano de trabalho de flora em conformidade com programas ambientais.
O requerimento deve ser feito no Sistema Nacional de Controle de Origem de Produtos Florestais (Sinaflor). Nesta solicitação, é
preciso informar os tipos de vegetação a serem suprimidas.

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