Com quatro meses de atraso, a tão esperado obra da BR-386 ganha uma nova perspectiva. Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), são pequenos detalhes burocráticos que ainda travam o início dos trabalhos.
Prevista inicialmente para fevereiro, a lentidão na emissão da licença do Ibama para autorizar o corte de árvores nativas na
faixa de domínio da duplicação foi o grande motivo da demora. Pelo que foi informado pelo órgão federal, este aval já foi concedido
e a CCR poderá começar nos próximos dias.
Ainda que esteja dentro do prazo, preocupa este início conturbado, causado pela falta de agilidade típica da máquina pública.
Sabe-se que o trabalho dos órgãos de proteção ambiental é crucial, porém é difícil compreender por que a licença a uma obra
de tamanha relevância socioeconômica ao Rio Grande do Sul seja tão vagarosa.
A experiência anterior da outra parte da duplicação da mesma rodovia, entre Estrela e Tabaí, deixou uma série de traumas à
comunidade regional. Foram diversos os entraves, que atrasaram em pelo menos cinco anos a construção da segunda pista.
Reivindicado faz décadas, o processo enfim parece entrar no compasso necessário, mesmo que a perspectiva de término seja
em 2036. O primeiro trecho a ser duplicado é justamente entre Lajeado e Marques de Souza. A extensão é de 20 quilômetros e se
trata de uma das partes mais críticas da BR. A previsão de término é fevereiro de 2023.
Embora o processo de duplicação leve mais de 15 anos, algumas das intervenções mais importantes para a região serão as primeiras a acontecer.
Bandeira histórica do Vale do Taquari, a duplicação de uma das principais rodovias do estado representa um investimento logístico expressivo para a economia gaúcha. Na ponta sul do mapa do território brasileiro, a distância entre o RS e o centro do país é um dos fatores que fazem o estado perder competitividade em relação a outras unidades da federação.
Além da relevância econômica, a duplicação também é fundamental para a preservação da vida. A duplicação, portanto, numa perspectiva de médio e longo prazo, resultará não apenas na redução dos custos logísticos, bem como na redução das fatalidades, visto que a maioria dos acidentes acontece nos trechos não duplicados.