Segundo ano sem festa de São João

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Segundo ano sem festa de São João

Data é celebrada hoje em cidades de todo o país. No estado, ganha força pelo cunho religioso, por ser o santo padroeiro de diversas comunidades católicas. Em Lajeado, tradição ganhava força mas está suspensa há dois devido à pandemia

Segundo ano sem festa de São João
Em Lajeado, edição de 2019 reuniu 15 mil pessoas no Parque dos Dick (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

O dia de São João é celebrado hoje, 24 de junho. Para comemorar a data, as festas juninas da região são marcadas por grandes fogueiras e culinária típica, como o quentão e o pinhão. Porém neste ano, assim como em 2020, as festividades precisam ser adaptadas, ao contrário dos eventos que chegaram a reunir milhares de pessoas no período pré-pandemia.E

m Lajeado, a última Festa de São João no Parque dos Dick foi em 2019. Na 14ª edição, o evento reuniu 15 mil pessoas no principal momento do dia: o acendimento da fogueira. Para este ano, o município não programou nenhuma atividade.

O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Reckziegel, define o sucesso da festa ao longo dos anos graças ao envolvimento da comunidade. Mesmo sendo um evento em comemoração ao São João, o espaço reúne muitas outras culturas com representatividade na região, como a alemã e a italiana.

(Foto: Bibiana Faleiro)

“A festa sempre envolveu muitas pessoas. Desde a comissão organizadora, até os voluntários e o público que ia conferir as atrações”, destaca Reckziegel.

Mesmo sendo uma festa nacional, o São João da região sul do Brasil tem suas diferenças se comparado à região nordeste. O sociólogo Cesar Goes explica que a urbanização e a influência de outras festas no estado são fatores que influenciam estas diferenças. Da mesma maneira, ambas as regiões comemoram a data com o consumo de bebidas e comidas típicas, fogueira e trajes caipiras.

Diferenças culturais

A festa mais tradicional do povo gaúcho é o 20 de Setembro. A Semana Farroupilha é o evento que mobiliza o estado no segundo semestre do ano. Já o nordeste do país não possui um evento com a mesma representatividade. Por isso, o São João ocupa este espaço.

O sociólogo explica que, além de comemorar a data de São João, a comunidade nordestina também celebra outros dois santos: Santo Antônio, no dia 13, e São Pedro, no dia 29. Com a proximidade destas três datas, o calendário de festas se estende durante todo o mês de junho para celebrar os três santos.

(Foto: Divulgação)

Da mesma maneira, em função da extensão do calendário e de ser uma atividade da cultura popular, a festa no nordeste é doméstica. As pessoas têm o costume de comemorar dentro de casa, no ambiente familiar. “Enquanto aqui no Sul esta é uma festa mais comunitária, celebrada nas escolas, praças e em grandes eventos”, explica.

Santo padroeiro

Em algumas comunidades católicas do Estado, São João é o santo padroeiro. Nestes locais, festas mobilizam moradores para marcar a data. Porém, a urbanização e a inserção de outras culturas e festividades fez com que estas comemorações perdessem força ao longo dos anos.

“Mais do que uma atividade religiosa, as festas juninas viraram eventos turísticos e de mercado. Ao invés da dança ser vista como uma atividade cultural, ela passou a ser um produto, por exemplo”, explica Goes.

Para manter a tradição da data, o sociólogo enfatiza o envolvimento necessário das comunidades para a festa não perder o seu sentido religioso ou ser substituída por outras celebrações.

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