Empresários pressionam para abertura das lojas aos domingos

Mudança na legislação

Empresários pressionam para abertura das lojas aos domingos

Entidades representativas de comerciantes querem alterar lei municipal. Sindicato dos trabalhadores do comércio é contrário à medida

Empresários pressionam para abertura das lojas aos domingos
Hoje lojas dependem de acordo com sindicato para abrir aos domingos Foto: Ramiro Brites
Vale do Taquari

Aproveitar o potencial turístico da região e ter a liberdade de escolha do horário de funcionamento. Esses são as reivindicações de entidades de lojistas da cidade. A abertura dos estabelecimentos aos domingos também é comentada por vereadores, responsáveis pela possibilidade de mudança na lei.

De acordo com o presidente do Sindilojas, Francisco Weimer, a atual legislação depende do aval de setores público e trabalhista. “Quem deve definir a abertura é o mercado. Não é o prefeito, o vereador, nem o sindicato”, defende.

A mudança na legislação para a abertura irrestrita das lojas aos domingos já correu por todas as instâncias da Justiça. A única possibilidade de alteração, portanto, é uma mudança do código de posturas do município após votação na câmara.

Histórico da lei

A lei de Lajeado vigora desde 2003. A legislação foi proposta por iniciativa popular, liderada pelo Sindi comerciários. O atual presidente da entidade, Marco Daniel Rockembach, era vereador na época. “Nós conseguimos mais de 5 mil assinaturas”, lembra.

Hoje, a lei possibilita a abertura de seis domingos ao ano, antes de datas comemorativas, desde que haja negociação com a entidade representativa dos empregados. Estabelecimentos com mão de obra familiar são permitidas a funcionar.

Em Palmeira das Missões, Rosário do Sul e Guaíba, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter as leis municipais. As condições para abertura do comércio aos domingos, porém, podem ser revertidas na Justiça. Em Lajeado, um novo recurso não é possível.

Em outras sete cidades gaúchas, inclusive a capital, não há limitação para o funcionamento de lojas no domingo. O STF garantiu a liberdade da abertura do comércio porto-alegrense em agosto de 2002.

Um domingo por mês

O Sindi Comerciários propõe a abertura de um domingo por mês. De acordo com Rockembach, a entidade está aberta a negociação, mas é contrária ao funcionamento irrestrito. Hoje, os acordos entre sindicatos garantem, aos domingos, jornadas de quatro horas, bonificação e uma folga em dia de semana.

“Vamos sentar e conversar, mas isso não significa uma liberdade geral. Quem sabe um por mês, né?”, propõe o presidente do sindicato laboral.

O presidente da CDL, Aquiles Mallmann, prevê um debate intenso nos próximos dias. Ele acredita que as leis da carteira de trabalho já são vigentes, e não haveria necessidade de uma legislação municipal.

“Tem o lado do sindicato, dos lojistas, do poder público, a pressão da comunidade. A entidade vai trabalhar em todos os setores. Vamos dialogar com o legislativo e vamos ter que unir forças”, afirma Mallmann.

Na legislatura anterior, a abertura dos estabelecimentos aos domingos foi pauta na câmara em dois momentos. Os ex-vereadores Mariela Portz e Ildo Salvi, ambos do PSDB, propuseram a Lei de Liberdade Econômica. Depois, foi aprovado uma outro projeto com a mesma alcunha. Dessa vez, o vereador Lorival Silveira (PP) foi o proponente.

O texto que adapta a realidade local à legislação nacional foi aprovado pelo Legislativo. Ao contrário da matéria dos parlamentares tucanos, a lei não dispõe sobre abertura de lojas no domingo.

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