Em alta no mercado, trigo vira opção para o inverno

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Em alta no mercado, trigo vira opção para o inverno

Tempo úmido contribui no avanço do cultivo de inverno. Cerca de 40% das lavouras foram semeadas

Em alta no mercado, trigo vira opção para o inverno
Nelson Shorr, de Lajeado, acompanha o crescimento do trigo e projeta colher 55 sacas por hectare / Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

A área com trigo pode aumentar em mais de 60% este ano, passando de 2.176 para 3.625 hectares. A estimativa é da Emater/RS-Ascar, regional de Lajeado, que atende 55 municípios nos vales do Taquari e Caí.

O incremento se deve muito à valorização do cereal no mercado externo e impulsionado pela demanda da indústria das carnes. O trigo se torna uma alternativa para ração em meio à quebra na safra de milho e altos preços da soja.

Com cerca de 40% das lavouras semeadas, o tempo úmido contribui no avanço do cultivo de inverno. “O frio de modo geral não prejudica a cultura, somente se houver geada no período de floração, entre agosto e setembro”, observa o engenheiro agrônomo, Alano Tonin.

Conforme Tonin, o rendimento médio estimado para lavouras de trigo na região é de 45 sacas por hectare. “O preço médio da saca é de R$ 83,88, antes R$ 45,24 na safra passada”, comenta.

Após safra de soja com bons rendimentos, o produtor Nelson Shorr, 64, já semeou 130 hectares de trigo na propriedade em Lajeado. “É uma cultura de risco, não tinha um olhar comercial, mas era para conservação da lavoura após colheita da soja e milho”, cita.

A produção está negociada com cooperativa local e projeta rendimento de 55 sacas por hectare. Nelson Shorr, 38, ajuda o pai no manejo das lavouras


Custos de produção

Levantamento da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), aponta que os custos totais por hectare de trigo nesta safra é de R$ 4.305,01. Com isso, o custo por saca ficou em R$ 71,75.

Isso representa aumento de 31,74% frente aos R$ 3.267,78 gastos por hectare na safra passada. Considerando somente o desembolso, o produtor vai ter um custo de R$ 3.187,02 por hectare, elevação de 32,48% em um ano.

Na avaliação do economista da FecoAgro/RS, Tarcisio Minetto, os produtos que têm custos em dólar foram os que sofreram maior impacto. O aumento de preço dos insumos, combustíveis e equipamentos são fatores dos altos custos de produção.

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