Produtividade: necessária sim, mas não suficiente

Opinião

Carlos Cyrne

Carlos Cyrne

Professor da Univates

Assuntos e temas do cotidiano

Produtividade: necessária sim, mas não suficiente

Vale do Taquari

Na última quarta-feira, 16 de junho, tive a oportunidade de participar de uma conversa sobre produtividade na Associação Comercial e Industrial de Encantado a convite da presidente, Maria Cristina Buffon Castoldi. Na ocasião, foi instalado o Núcleo de Desenvolvimento de Pessoas.

Falar em desenvolvimento de pessoas é fundamental para que se possa pensar em incremento de produtividade, não resta dúvida, porém é preciso levar em conta o atual contexto de atuação das organizações. Conhecida como a Quarta Revolução Industrial, a Indústria 4.0 consiste em uma nova integração, onde os recursos transformadores, tais como sensores, máquinas, robôs, entre outros, estarão conectados e trocarão informações automaticamente, permitindo a fábrica tornar-se suficientemente “inteligente” e autônoma para realizar o planejamento e controle da produção com base nas previsões.

As organizações que se recusarem a compreender esta nova revolução não poderão manter-se competitivas, sendo possível que venham a sucumbir. O conceito de indústria 4.0 tem por base os sistemas cyber-físicos, onde os sistemas estão conectados criando uma rede de contatos com máquinas, propriedades, ativos e sistemas de informação, bem como com outras redes, transportadores, seres humanos, diferentemente da terceira revolução onde estas conexões ocorriam somente com as máquinas.

A fábrica inteligente será capaz de manter uma cópia virtual (por meio da “computação em nuvem”) disponibilizando todas as informações, permitindo simulações de diferentes cenários. A Internet das Coisas, a Internet dos Serviços e a Inteligência Artificial (entre outros) são componentes fundamentais sobre os quais se constrói o conceito de indústria 4.0. Essa nova forma de operar as organizações irá proporcionar maior flexibilidade na produção, permitir a customização em massa, incrementar a velocidade para o desenvolvimento de novos produtos, melhorar a qualidade e produtividade entre outras vantagens.

De outro lado teremos impactos, nem tão positivos assim. O incremento da produtividade venha em detrimento das pessoas que poderão vir a ser substituídas, em maior quantidade, por um maior grau de automação, robotização.

Neste contexto, as pessoas deverão estar cada vez mais focadas em desenvolver competências que permitam manter-se aptas a atuar, desempenhar funções ditas estratégicas, pois a produtividade é necessária sim, mas não suficiente. E, pelo menos por enquanto, quem faz as escolhas são as pessoas.

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