Preocupa a forma como avança o custo de vida no Brasil. Ainda sob efeito do baque inicial da pandemia, a economia brasileira tenta se recompor em meio a um cenário ainda de incertezas e repleto de adversidades.
Além do desemprego em patamares elevados, a sociedade convive com o descontrole de preços em elementos essenciais para as famílias, como a energia elétrica, o gás de cozinha e os itens da cesta básica.
Para a grande massa trabalhadora, trata-se de despesas que não cabem dentro do salário. Economistas apontam que o custo em alimentação representa em média 20% do orçamento das famílias. É a maior despesa nos lares.
Importante ressaltar, quanto menor a renda, maior interferência das compras nos supermercados sobre o orçamento. Então entre a inflação oficial e o custo dos alimentos, se sustenta a grande dúvida: a inflação está mesmo controlada no país?
A década de 90, dos anos de hiperinflação, ainda está muito viva na memória, principalmente daqueles com mais de 40 anos. A variação nos preços era diária. Para muitos, itens como carnes, queijo, presunto, dificilmente entravam nos lares.
Especialistas em finanças repetem como mantra: brasileiros não têm educação financeira. Uma meia verdade. Afirmar que é preciso gastar menos do que ganha é uma matemática fácil para quem está na classe média alta.
Para a maioria do assalariado, aqueles que recebem um salário mínimo ou um pouco mais, conseguir fazer uma poupança é inviável. Como guardar dinheiro se tem o aluguel, vestuário, alimentação, água, luz, gás e transporte?
Para além das análises econômicas, do mercado internacional, a renda se faz pelo trabalho. Difícil para o trabalhador e para a empresa contratante, pois além das variações de humor da cotação do dólar, do aumento nos custos de operação e da própria sobrevivência, há uma carga tributária que sufoca quem produz.
Na carteira de trabalho está um salário, mas para o empregador custa dois. É hora de se avançar no debate da desoneração da folha de pagamento para que haja mais dinheiro na mão do trabalhador.