O relatório elaborado pela Comissão Especial criada na câmara para avaliar o contrato do município com a Corsan dominou os assuntos na sessão de ontem. O pedido de avaliação à permanência de Alexsander Pacico no cargo de gerente da unidade local dividiu opiniões. Três parlamentares saíram em defesa do servidor.
Marquinhos Schefer (MDB) foi o mais incisivo. Ele apontou “cunho político” na motivação dos integrantes da comissão e pediu transparência no processo. “Espero que façam um relatório mostrando a verdade. É só com investimento que vamos resolver os problemas da cidade. O resto é conversa fiada”, advertiu.
Outro que criticou o pedido foi Éder Spohr (MDB). Segundo ele, na legislatura passada, havia uma pressão para que o PSDB, partido de dois integrantes da comissão, emplacasse o substituto de Pacico na gerência da unidade. “Não tenho nenhuma queixa dele, pois sempre me atendeu. Quando vê, estaremos votando um parecer para contemplar o cunhado de uma ex-vereadora”, alertou.
Lorival Silveira (PP) destacou o papel da comissão em analisar o contrato, mas espera que o relatório seja apresentado aos vereadores antes de uma discussão sobre a mudança na gerência. “Ele (Pacico) é o gerente local. O dinheiro para investimentos vem do Estado. Espero que a comissão não estrague todo esse trabalho, que não se tenha interesses pessoais e políticos por trás”, comentou.
“Amadorismo grande”
Presidente da comissão, Márcio Dal Cin (PSDB) defendeu o trabalho e lembra que a criação dela se deu a partir de um relato do próprio Lorival, de passar o Natal e o Ano Novo sem abastecimento de água em casa.
O vereador rebateu as alegações de motivação política no pedido e reiterou que não teve retorno de Pacico nos ofícios encaminhados pela comissão. “Dizer que tem cunho político sem ler o relatório é de um amadorismo grande. Leiam e depois tirem as conclusões, mostrem onde acertamos e erramos. Não é perseguição. Não é nossa forma de fazer política”, argumentou.
Integrante da comissão, Deolí Gräff (PP) também reclamou da ausência de informações repassadas pelo gerente da Corsan quando solicitado. O relatório passará por apreciação do plenário antes de ser levado ao Estado.
Quatro vezes adiado
Não foi desta vez que o projeto de lei que torna a educação presencial uma atividade essencial foi votado pelos vereadores. A apreciação foi adiada pela quarta vez, mesmo após o proponente, Alex Schmitt, defender a matéria no plenário.
Marquinhos Schefer justifica o pedido de vistas porque uma nova emenda foi acrescentada ao projeto, de autoria de três vereadores. O texto acrescenta atividades religiosas como essenciais.
Estreia no plenário
Quarto suplente da bancada do PSB, Vanderlei Soares tomou posse ontem como vereador após o titular, Adriano da Rosa, testar positivo para covid-19. Ele recebeu 269 votos na eleição de 2020 e falou brevemente sobre a oportunidade de legislar pela primeira vez.
Soares destaca que, mesmo não atuando efetivamente como vereador, circula pelos bairros ouvindo os problemas da comunidade.