O Piratini anunciou ontem os indicadores criminais relativos a maio. Pelo sétimo mês consecutivo, o Rio Grande do Sul registrou redução no principal índice de criminalidade do Estado. O número de vítimas de homicídio em maio caiu 29% na comparação com igual período de 2020. Também houve redução de 25% nos latrocínios e de 47,1% nos roubos de veículo.
Os dados traduzem uma nova conjuntura estabelecida no campo da segurança pública desde o início da pandemia, somada ao aumento dos investimentos em tecnologias, inteligência nas forças policiais, ação estratégica sobre áreas de conflito e pela política estadual de minar a atuação das gangues de drogas.
Logo que a covid-19 surgiu, havia uma grande preocupação de como se comportariam esses indicadores. O temor era para uma explosão da criminalidade, da violência contra a mulher, contra a criança, com mais assaltos e homicídios. Tudo por conta do aumento da miséria ou mesmo da presença dos casais por mais tempo dentro de casa.
O histórico de grandes crises mundiais indicava para algo nesse caminho. Quando se analisa o pós-guerra, vários países enfrentaram a ruptura dos acordos sociais. Ao que parece, contudo, não houve o colapso das instituições. A vacinação ganha ritmo no país e, ao que tudo indica, a economia começa a reagir.
O fato é que a queda constante nos indicadores tem como justificativa fatores diversos. Também pela menor movimentação das pessoas, em especial quando se olha sobre os dados de roubos, em especial de veículos. Há menos gente transitando à noite, logo reduz a chance de atuação dos criminosos.
No novo cenário, contudo, percebe-se um aumento expressivo nos estelionatos, especialmente no campo virtual. Com a tecnologia cada vez mais a serviço das polícias, parece que a criminalidade migra para a web e amplia a diversidade de golpes por meio das mais variadas ferramentas digitais.
Diante das cidades cada vez mais sitiadas por câmeras de segurança e a atuação mais assertiva das forças policiais, os bandidos encontram na internet um novo flanco para o crime. A mudança no comportamento dos criminosos passa a exigir mais atenção quanto às novas modalidades, tanto por parte da população como das autoridades de segurança.
