Em oito municípios do Vale do Taquari a mortalidade por covid-19 supera a média do estado. Entre todos os 497 gaúchos são 253,7 mortes por 100 mil habitantes.
No Vale, cidades com menos de 7 mil habitantes contabilizam número de óbitos maior quando se olha à proporcionalidade.
Há três semanas, o grupo técnico da região alertava os prefeitos sobre o alto risco de contágios em locais com menor controle sobre distanciamento, uso de máscaras e aglomerações. O grupo da saúde aponta para maior risco nas atividades sociais, esportivas e de lazer.
Justo em cidades onde há menos rigor no distanciamento se verifica aumento na taxa de contágio. Entre os casos, o município de Putinga, com população estimada em 3.889 habitantes (28,12% idosos), são 19 óbitos por covid-19. A taxa de mortalidade é de 484,8. Já o município de Lajeado, registra 179 óbitos e mortalidade de 213,1 por 100 mil habitantes.
Outra cidade com número elevado de incidência de mortes é Boqueirão do Leão. Com cerca de 7 mil habitantes, o município tem 29 óbitos por complicações do coronavírus. Uma taxa de mortalidade em 375,9. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES) atualizados às 17h dessa terça-feira.
O alerta aos municípios menores se confirma após aumento expressivo de casos em Progresso. Já são 68 casos ativos e 12 pacientes internadas no Hospital Santa Isabel (HSI). Na última semana, foram confirmados três óbitos em decorrência da covid-19. As vítimas são mulheres com idade de 56, 78 e 89 anos.
“Progresso vive um novo surto”
O prefeito de Progresso, Gilberto Schmitt, define junto ao comitê as ações para minimizar os riscos de transmissão da doença. “A equipe de fiscalização irá atuar de maneira mais rígida e com o apoio da Brigada Militar nas diligências”, comenta.
Durante a semana, a equipe da Secretaria de Saúde fez barreiras de conscientização, abordando mais de 250 veículos. “Progresso vive um novo surto”, frisa Schmitt.
De acordo com o enfermeiro-chefe do HSI, Guilherme Mantovani, a casa de saúde eleva para a fase 3 o plano de contingência. “Os pacientes demoram em buscar tratamento médico”, lamenta.
Além de ampliar leitos para pacientes com covid-19 o hospital aplica restrições no Pronto Atendimento. “Se os contágios avançarem neste ritmo, em pouco tempo se esgota a capacidade dos hospitais”, projeta.