O vendaval de sábado reforça a análise sobre a carência na infraestrutura de distribuição de energia elétrica no Vale, em especial nas comunidades interioranas. A cada episódio, os resultados se repetem. Transtornos pela falta de luz e prejuízos para produtores rurais. Tanto que passadas 48 horas do temporal, ainda há relatos de famílias sem luz.
A recorrência dessa instabilidade provoca críticas e constantes cobranças sobre as concessionárias de energia. Em maior escala, a RGE fica no centro das atenções. Por ser responsável pela maior área de abastecimento, também enfrenta mais dificuldades em termos de atendimento.
Em que pese essa situação, a região espera mais agilidade para resolução de problemas, alguns históricos, como a precariedade das redes de abastecimento. Essa vulnerabilidade é tamanha que, a cada ventania um pouco mais forte, o drama se espalha e multiplica perdas econômicas nas lavouras e nas criações.
No verão, o Vale enfrenta quedas devido ao aumento da demanda. No inverno, a justificativa são as intempéries climáticas. Seja qual a estação, a carência em manter uma necessidade básica se apresenta como um problema estrutural e com necessidade de investimentos.
Perpassam reuniões entre gestores com representantes da concessionária. A cada encontro, são apresentadas perspectivas e reafirmadas garantias de que há equipes de manutenção suficientes. Quando se vai à prática, aparecem as lacunas desses diálogos.
Inclusive no ano passado, a insatisfação pela demora no religamento de energia elétrica fez com que a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) recorresse ao Procon para solicitar mais qualidade nos serviços em casos de interrupções.
Foi cobrado um plano de ação para respostas mais assertivas. Em caso de descumprimento, a RGE teria sanções, tais como multas até mesmo um processo para rescisão no contrato.
Todo esse contexto reafirma a importância de haver qualidade mo fornecimento de energia. Essa é uma condição básica para o desenvolvimento regional. Seja na cidade ou no campo, a estabilidade do sistema, bem como a rápida resposta em casos de queda, são fundamentais à qualidade de vida e o ritmo da produção. O Vale do Taquari é um polo produtivo gaúcho e merece um serviço mais eficiente.