“A arte está na minha alma, faz parte de quem eu sou”

Abre Aspas

“A arte está na minha alma, faz parte de quem eu sou”

Marcos Gomes, 41, é artista plástico. Parte das obras dele estão na 1ª edição da exposição Cultura, Arte & Caridade, que ocorre no shopping em Lajeado.

“A arte está na minha alma, faz parte de quem eu sou”
(Foto: Bianca Mallmann)
Vale do Taquari

Em qual momento você teve o primeiro contato com a pintura?

Eu tinha uns 24 anos. Mas foi bem ocasional. Conheci uma artista de Lajeado. Fiz uma doação de sangue e foi ela que recebeu. Aí ela me convidou para conhecer o ateliê onde trabalhava. Quando cheguei, ela colocou uma tela na minha frente e disse para eu pintar. E eu pedi: “mas pintar o quê?”. Não sabia o que fazer. Ela pediu pra eu pintar qualquer coisa. E lá fui eu. Comecei com uma paisagem e desde então não parei. Comecei com óleo sobre tela, depois fui pro acrílico até que me encontrei na pintura estilo dripping, que consiste em pingar a tinta de uma maneira que eu consiga criar imagens.

Antes da arte, havia algum contato com a arte?

A questão da pintura e das técnicas aprendi tudo do zero. Mas sempre gostei de desenhar. Por isso, não fiz um curso de desenho para aprender. Mas muito fiz sozinho, como autodidata. Os cursos vieram depois do meu primeiro contato, quando comecei a me interessar mais pelas técnicas. Foi neste momento que despertou a curiosidade de como fazer cada uma delas. E foram anos de pesquisa até descobrir a técnica que hoje eu mais me identifico.

Muitas das suas obras são desenhos de gatos. Por que dessa escolha?

Sou “gateiro” de natureza. Claro que também pinto outras coisas, como pessoas, cachorros e outros animais, mas gosto da figura do gato por causa da expressão dele. É uma coisa que eu gosto muito e me identifico. Consigo trabalhar muitas expressões faciais dos felinos, acho fácil de trabalhar com a fisionomia deles.

O que a arte significa para você?

É mais que um trabalho. Tenho também outras atividades, mas a arte faz parte de mim. Parece que preciso estar o tempo todo desenhando, pintando… Atuei muitos anos com documentações e uma vez eu participei de uma reunião, e quando me dei conta estava rabiscando desenhos em um papel, no modo automático. Sempre gostei de desenhar, mas na medida que o tempo passou, a arte foi se profissionalizando. A arte está na minha alma, faz parte de quem eu sou. De um jeito, ou de outro, estou sempre pintando, riscando, inventando alguma coisa.

Como a pandemia impactou a sua profissão e o trabalho como artista plástico?

Sempre trabalhei com um planejamento: em um ano eu fazia um circuito de exposições por várias cidades, e no outro ano produzia quadros para entregar e vender. Então a cada dois anos eu tinha contato direto com o público em geral, e a partir da pandemia ficamos muito restritos, muito fechados.

A exposição veio como um respiro. Muitas pessoas sempre dizem que aplauso não paga as contas, mas eu acho que todo artista gosta de mostrar o trabalho que desenvolve. Um cantor, por exemplo, não vai querer ficar cantando só no chuveiro.

E a mesma coisa para nós. Não queremos ter um quadro só pra gente. Temos que expor esses materiais, ver as pessoas chegando na exposição, olhando os quadros e nos questionando, perguntando o significado dos quadros, o que fizemos em cada uma das obras. Isso é muito legal e importante.

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