Enquanto Márcia Cristiane Diedrich, 36, ajudava o marido a rachar lenha do lado de fora da casa, um susto. A árvore que ficava na calçada caiu em cima do telhado da residência. A moradora do bairro Conservas, em Lajeado, foi apenas uma das afetadas com a ventania da noite de sábado.
Outro caso é o da moradora de Linha Santo Antônio, em Colinas. Paula Guth, 40, teve prejuízos no seu negócio. Ela é proprietária de uma estufa de plantação de morangos. Segundo cálculos da produtora, cerca de 70% da plantação foi danificada. Em valores financeiros, ela ainda não calculou o prejuízo.
“Só sei que o valor que a gente precisa, a gente não tem. E não sei de onde tirar”, lamenta a moradora de Colinas.
Além de Márcia e Paula, outras centenas de pessoas foram afetadas com a força dos ventos durante a tempestade. Entre os principais problemas estão a queda de árvores, destelhamento de casas e queda de energia elétrica.
Em Lajeado, a Defesa Civil atendeu 17 casas com estragos. As principais ocorrências foram de árvores caídas, casas destelhadas e queda de fiação elétrica. De acordo com o coordenador, Juliano Pedroso, o vento causou prejuízos em diferentes pontos da cidade.
“Com certeza teve mais prejuízos na cidade. Mas tem pessoas que conseguem se recuperar de outras maneiras e não acionam a Defesa Civil”.
O Corpo de Bombeiros Militar de Lajeado auxiliou em 23 atendimentos, o CBM de Estrela em 13 e os bombeiros voluntários de Teutônia em 20.
Condições climáticas
A meteorologista Estael Sias, explica que a força dos ventos foi resultado de uma combinação entre relevo e temperatura. De acordo com a meteorologista, antes da passagem da frente fria que trouxe a chuva e os temporais, o estado teve uma corrente de vento noroeste, que transportou ar quente e úmido a uma altitude considerada muito baixa. Esta corrente de vento potencializou a formação da tempestade.
“E a região do Vale é rodeada por morros. O relevo, aliado ao vento norte, que trouxe ar quente e temperatura elevada considerando que estamos no mês de junho, intensifica a probabilidade de temporais e a severidade na força dos ventos”, explica Estael.
Homem morre após sofrer descarga elétrica
Em meio ao temporal, o Vale também registrou uma morte. Um homem, de 44 anos, morreu eletrocutado na noite do sábado, 5, em Cruzeiro do Sul. A vítima foi encontrada sem vida em uma rua no bairro Vila Italiana, onde houve a queda de uma árvore.
Conforme informações da Brigada Militar do município, a árvore caiu com a força do temporal e atingiu a rede elétrica na rua. O homem trafegava pelo local e, ao descer do veículo, não viu os fios, sofrendo uma descarga elétrica.