A elevação nos casos de coronavírus pela região, com impacto sobre a ocupação hospitalar, faz com que o comitê técnico de saúde e de análise de dados estude novas restrições. Isso em caso do Vale deixar o “Aviso” e vá para o segundo nível do sistema de monitoramento gaúcho, o “Alerta”.
Pelo acompanhamento dos casos, há possibilidade dessa modificação ocorrer durante essa semana. Como forma de antecipar a estratégia regional e emitir uma resposta ao governo do Estado com mais agilidade, os comitês elaboram protocolos sanitários.
Conforme o assessor jurídico da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e interlocutor entre comitê técnico e os prefeitos, Juliano Heisler, a comissão técnica pretende concluir o plano de ação ainda nesta semana.
“Estamos preparando um modelo que seja de fácil entendimento pela comunidade. Além disto, buscamos estratégias das demais regiões do RS que já receberam o ‘Alerta’”, destaca. Com o plano finalizado, será organizada uma assembleia entre os prefeitos.
O encontro servirá para explicar os procedimentos que serão adotados em nível regional, diz Heisler. “Neste momento não recebemos indicativos de emissão de um novo A para a região, mas o crescente número de casos em nível de Estado e a ocupação de leitos nos hospitais do Vale podem levar a este cenário”, antecipa.
Com uma ocupação das UTIs acima dos 90%, o Vale do Taquari recebeu o “Aviso” do Estado na quarta-feira passada. Caso seja necessário mais restrições, a ideia é proibir esportes coletivos, eventos sociais e de lazer, além de limitar o horário de funcionamento de estabelecimentos noturnos.
Para o comitê técnico, essas são atividades em que há menos controle dos protocolos de distanciamento. Com essas imposições sobre todos os municípios, se evitaria a suspensão das aulas presenciais e um novo fechamento do comércio dito não-essencial.
Protagonismo e divisão
O sistema três “as” foi apresentado pelo governo do Estado no dia 14 de maio, a partir de um modelo de gestão compartilhada, em que a tomada de decisão é feita por cada uma das 21 regiões gaúchas.
Entre os processos de análise, o Piratini reduziu o total de protocolos sanitários por setor econômico. No modelo anterior, das bandeiras de risco, eram 143 atividades. Agora, serão 42. A organização será por meio de grupos de serviços, conforme o grau de risco de contágio.
Os critérios podem ser revistos pelas regiões. Neste aspecto, houve uma divisão entre os prefeitos da região. Há três semanas, o comitê de dados sugeriu restrições de esportes coletivos e eventos sociais.
Dos maiores municípios, Lajeado e Taquari mantiveram os protocolos. Duas semanas depois, municípios como Encantado tiveram mais contaminações. Como resposta, a administração retomou a suspensão dessas duas atividades.
“Por isso temos discordado de algumas posições da Amvat. Temos análises técnicas, baseadas em estudos para tomada de decisão. Seguimos dando essa atenção que por vezes é desconsiderada”, critica o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.