Quando vocês começaram a ajudar na confecção dos tapetes?
Faz mais de 20 anos. Começamos pelo Movimento da Renovação Carismática, e o grupo já tinha um projeto pronto. Daí já sabíamos o que fazer no trajeto. Nós juntávamos flores, galhos, o que achávamos que poderíamos utilizar. No dia de Corpus Christi, a gente ia pra lá de madrugada, pelas 3h da manhã para fazer o nosso trajeto. Eram vários grupos que ajudavam, a catequese e as escolas. Em 2011 entramos para o Cursilho e passamos a fazer os tapetes com os cursilhistas.
Como os tapetes são feitos?
Começamos com a serragem A gente pintava manualmente. Depois descobrimos como fazer na betoneira. Colocávamos a anilina e a serragem e rendia mais. Isso envolvia tempo. Já começávamos a organizar um mês antes de Corpus Christi. Os moldes ficavam prontos, a gente recolhia tampinhas, utilizávamos farinha. No fim recolhíamos os desenhos para utilizar no ano seguinte. Geralmente eles ficavam em todo o entorno da Praça da Matriz. Nos primeiros anos, nos reunimos em procissão até a quadra da Benoit onde a celebração foi compartilhada entre as três igrejas católicas de Lajeado. Depois passamos para a praça. Isso juntava bastante gente, em torno de 20, 30 pessoas. Nós passávamos a madrugada trabalhando. Era muito gostoso, tomávamos chimarrão, uns levavam amendoim, bolacha, café.
O que os tapetes de Corpus Christi simbolizam?
Corpus Christi é sempre na quinta-feira, porque foi na Quinta-feira Santa que foi instituída a Eucaristia, quando Jesus se reuniu com os apóstolos e o corpo e sangue. É o único dia que Jesus está presente na Eucaristia, é quando Ele sai em procissão. Esse tapete é feito pra Jesus passar. A população não passa pelo tapete, só o Sacerdote com o ostensório. Fazemos isso para homenagear Jesus Eucarístico.
O que incentivou vocês a entrarem para o Movimento Cursilhista?
Foi em 2011, porque acreditávamos na importância de viver com outras famílias cristãs que seguem Jesus também, que pensam como nós. Nossa missão é evangelizar, levar esse Jesus que acreditamos para outras pessoas. Ele nos deixou essa missão de evangelizar. A gente tem que seguir. Jesus precisa hoje das nossas mãos, das nossas bocas, então a gente segue os passos Dele, do que ele nos ensinou. Levamos a palavra e a mensagem Dele.
Sem poder fazer os tapetes este ano, como será a celebração de Corpus Christi?
Este ano vamos arrecadar alimentos e cobertores para aquecer os corações de quem passa frio e também recolhemos alimentos. Mas temos esperança de que no ano que vem vamos poder fazer os tapetes de novo. A melhor parte desse trabalho era encontrar todo mundo ali com aquele mesmo objetivo e ver os tapetes ganhando forma. Depois o grupo se reunia no ginásio, tomávamos café. Além do tapete, gostávamos dessa partilha. Eu sinto saudades de fazer isso aqui. Se não fosse a pandemia estaríamos participando de novo.