“Este ano, nosso coração será tapete para Jesus passar”

Abre aspas

“Este ano, nosso coração será tapete para Jesus passar”

Cursilhistas da Igreja Santo Inácio de Loyola, Ana Eunice Becker Petter, 59, e Valdir Antônio Rocha Petter, 66, participam da confecção dos tradicionais tapetes de Corpus Christi há mais de 20 anos, e eram responsável pela pintura das serragens. Com a pandemia, este é o segundo ano que a ação não ocorre e, por enquanto, a data é lembrada pelas fotos dos anos que passaram.

“Este ano, nosso coração será tapete para Jesus passar”
Lajeado

Quando vocês começaram a ajudar na confecção dos tapetes?
Faz mais de 20 anos. Começamos pelo Movimento da Renovação Carismática, e o grupo já tinha um projeto pronto. Daí já sabíamos o que fazer no trajeto. Nós juntávamos flores, galhos, o que achávamos que poderíamos utilizar. No dia de Corpus Christi, a gente ia pra lá de madrugada, pelas 3h da manhã para fazer o nosso trajeto. Eram vários grupos que ajudavam, a catequese e as escolas. Em 2011 entramos para o Cursilho e passamos a fazer os tapetes com os cursilhistas.

Como os tapetes são feitos?
Começamos com a serragem A gente pintava manualmente. Depois descobrimos como fazer na betoneira. Colocávamos a anilina e a serragem e rendia mais. Isso envolvia tempo. Já começávamos a organizar um mês antes de Corpus Christi. Os moldes ficavam prontos, a gente recolhia tampinhas, utilizávamos farinha. No fim recolhíamos os desenhos para utilizar no ano seguinte. Geralmente eles ficavam em todo o entorno da Praça da Matriz. Nos primeiros anos, nos reunimos em procissão até a quadra da Benoit onde a celebração foi compartilhada entre as três igrejas católicas de Lajeado. Depois passamos para a praça. Isso juntava bastante gente, em torno de 20, 30 pessoas. Nós passávamos a madrugada trabalhando. Era muito gostoso, tomávamos chimarrão, uns levavam amendoim, bolacha, café.

O que os tapetes de Corpus Christi simbolizam?
Corpus Christi é sempre na quinta-feira, porque foi na Quinta-feira Santa que foi instituída a Eucaristia, quando Jesus se reuniu com os apóstolos e o corpo e sangue. É o único dia que Jesus está presente na Eucaristia, é quando Ele sai em procissão. Esse tapete é feito pra Jesus passar. A população não passa pelo tapete, só o Sacerdote com o ostensório. Fazemos isso para homenagear Jesus Eucarístico.

O que incentivou vocês a entrarem para o Movimento Cursilhista?
Foi em 2011, porque acreditávamos na importância de viver com outras famílias cristãs que seguem Jesus também, que pensam como nós. Nossa missão é evangelizar, levar esse Jesus que acreditamos para outras pessoas. Ele nos deixou essa missão de evangelizar. A gente tem que seguir. Jesus precisa hoje das nossas mãos, das nossas bocas, então a gente segue os passos Dele, do que ele nos ensinou. Levamos a palavra e a mensagem Dele.

Sem poder fazer os tapetes este ano, como será a celebração de Corpus Christi?
Este ano vamos arrecadar alimentos e cobertores para aquecer os corações de quem passa frio e também recolhemos alimentos. Mas temos esperança de que no ano que vem vamos poder fazer os tapetes de novo. A melhor parte desse trabalho era encontrar todo mundo ali com aquele mesmo objetivo e ver os tapetes ganhando forma. Depois o grupo se reunia no ginásio, tomávamos café. Além do tapete, gostávamos dessa partilha. Eu sinto saudades de fazer isso aqui. Se não fosse a pandemia estaríamos participando de novo.

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