O Rio Grande do Sul ingressa em um novo período turbulento no combate à covid-19. Ainda que boa parte das pessoas em grupos de risco esteja vacinada, a forma como os contágios avançam e fazem aumentar os níveis de ocupação hospitalar é preocupante.
Conforme reportagem veiculada ontem no A Hora, gera apreensão o alto índice de ocupação de leitos clínicos no Vale do Taquari. Pela experiência recente no monitoramento dos números da pandemia, parte expressiva desses pacientes deve ser direcionada aos leitos de terapia intensiva em cerca de uma ou duas semanas.
Após algumas semanas de trégua, os casos ativos voltam a disparar. É o caso de Lajeado, por exemplo, onde os casos confirmados cresceram 23% em uma semana. Com 90 % da UTI em uso, o maior hospital da região – o HBB – é forçado a reagendar as cirurgias de alta complexidade. De forma paralela, o município renova as restrições a jogos e eventos sociais e pede integração regional na estratégia de controle da doença.
Conforme o comitê local de contingenciamento da pandemia, o primeiro Aviso do governo do estado no novo sistema de monitoramento é questão de dias. Vale destacar que, especialmente no RS, as baixas temperaturas típicas desta época do ano, mesmo antes de iniciar o inverno, fazem elevar os casos de doenças respiratórias, o que naturalmente demanda bastante da rede hospitalar.
O momento é crucial para redobrar as atenções e evitar um novo agravamento. Importante lembrar que um retrocesso agora no combate à doença pode representar, além de vidas em risco, a volta de restrições às atividades produtivas.
Depois de tantas turbulências nos últimos meses, há setores que não aguentariam mais penalizações, o que pode agravar o cenário de crise socioeconômica, falências e desemprego.
Enquanto a vacinação avança em ritmo lento, a perspectiva de uma melhora significativa e de volta à normalidade ainda é tímida. Não é momento de relaxar os cuidados, e isso depende não apenas das autoridades públicas, mas de toda a sociedade.