Pela primeira vez desde que o Sistema 3As foi implantado pelo governo do Estado, a região de Lajeado recebeu um aviso devido ao agravamento da pandemia. Por isso, medidas mais restritivas podem ser adotadas nos municípios do Vale do Taquari.
Um modelo de decreto será divulgado nesta quinta-feira, 3, pela Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). Segundo o advogado Juliano Heisler, integrante do Comitê Técnico Regional, a adoção das medidas por parte dos municípios não é obrigatória, mas trata-se de uma recomendação importante num momento de piora dos indicadores.
“Há uma preocupação grande com o aumento de casos. Pode ter vários fatores que levam a isso, como novas variantes, mas a recomendação foi feita em outros momentos e, agora, formalizada. Ela não é vinculativa e os prefeitos não tem obrigação em seguir, mas são medidas que servem tanto aos gestores quanto à população em geral”, explica, em entrevista à Rádio A Hora 102.9.
O comitê, com base em análises e estudos, recomendará a suspensão da prática do esportes coletivos, que havia sido liberada recentemente na região, e também do funcionamento de atividades não essenciais no período das 23h às 5h.
“Em ambientes onde as pessoas podem ficar sem máscara e que geram aglomerações, há probabilidade maior de contágio. Os esportes coletivos, onde há contato direto, e até mesmo as atividades noturnas, como os barzinhos e encontros sociais tendem a possibilitar um aumento de casos”, justifica Heisler, ressaltando que o apelo não serve apenas aos prefeitos.
“Mais do que orientar os gestores, isso é um alerta para a população, de evitar aglomerações. Para não chegar ali na frente numa situação mais dramática, é preferível agir sobre esses pontos específicos”, salienta.
Internação de jovens
Numa das reuniões do comitê, o diretor executivo do Hospital Bruno Born (HBB), Cristiano Dickel, alertou sobre o aumento na incidência de jovens que necessitam de internação em leitos de UTI e são intubados, devido à gravidade da doença. Por isso, será reforçado o apelo para este público buscar atendimento quando surgirem os primeiros sintomas.
“O vírus sofre mutações rápidas e se adapta, e nesse momento age sobre a população jovem. E os jovens, diferente dos idosos ou pessoas com comorbidades, não estão buscando as unidades de saúde da mesma forma que estes grupos quando estão com sintomas. Aí chegam num quadro bastante crítico, sem passar por cuidados prévios”, comenta Heisler.