Projetar um futuro com maior protagonismo dentro da região é o que busca o município de Bom Retiro do Sul, que completa nesta terça-feira, 1º de junho, 62 anos de sua instalação oficial. Para isso, será necessário superar desafios econômicos e logísticos, sem deixar de valorizar suas origens, atrelada ao rio Taquari.
Dentro do campo econômico, Bom Retiro se destaca principalmente por suas indústrias dos setores calçadista e de alimentos, que representam boa parte dos empregos formais. No entanto, o comércio é a área que tem a maior participação na economia local, gerando R$ 72 milhões em retorno aos cofres do município em 2019.
Para o prefeito Edmilson Busatto, é no setor primário que o município aposta para alavancar o seu desenvolvimento. A produção leiteira é o carro chefe no interior, com espaço também para o milho e a soja. São cerca de 300 propriedades rurais que geram um retorno estimado de R$ 1,5 milhão em impostos.
“O agronegócio gera riquezas e nós precisamos olhar mais para isso. É um espaço grande de arrecadação para o município”, afirma Busatto. A ideia é aproveitar melhor outras cerca de 400 propriedades hoje não trazem retorno a Bom Retiro do Sul. “Elas são áreas menores, mas também podem contribuir. Em cima disso, podemos buscar investimentos, como em agroindústrias”.
Industrialização e diversificação
Recentemente, a JBS recebeu licença prévia da Fepam para ampliar sua fábrica no município. O investimento previsto é de R$ 14,6 milhões na planta, com mais 75 novos postos de trabalho. Busatto lembra que a empresa fez uma série de investimentos para a comunidade, incluindo a construção e doação de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS) em meio à pandemia.
Ainda para este ano, a expectativa é da chegada de uma indústria de São Paulo, do setor metalúrgico. O investimento previsto é de R$ 20 milhões. “Desapropriamos uma área de 6 hectares na BR-386 para esta empresa. Está tudo acertado entre as partes”, destaca.
Para o presidente da Associação Comercial, Industria e Agropastoril de Bom Retiro do Sul (Aciab), Paulo Luciano dos Santos, o município deve buscar a diversificação. Segundo ele, há um temor com a dependência do setor calçadista. Quando este sofre, o impacto é geral.
“É o setor que mais entrega e dá um retorno ao comércio, mas não podemos depender apenas dele. Se dá uma crise na indústria calçadista, nós também sofremos muito. E já tivemos muitas perdas com a pandemia. Deve-se buscar mais um setor, que consiga empregar pessoas com salários melhores para fortalecer o município”, ressalta.
Pavimentação da ERS-129
Embora a área central fique a 9 quilômetros da BR-386, Bom Retiro é considerado um município isolado em relação a vizinhos que possuem uma localização geográfica mais privilegiada. Além disso, a ERS-128, que liga a zona urbana à rodovia federal, necessita de constantes intervenções.
Como alternativa, o município busca o asfaltamento da ERS-129, que liga Bom Retiro do Sul à RSC-287. Para isso, assinou um convênio com o governo do Estado para pavimentar 1,8 quilômetro da rodovia.
O primeiro quilômetro foi concluído no começo do ano e agora as máquinas trabalham para entregar os 800 metros restantes nos próximos meses. O investimento é de R$ 900 mil. Segundo Busatto, a intenção é de viabilizar mais dois quilômetros de pavimentação até o fim da gestão.