Dados da 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, mostram que 64% dos produtores rurais sentiram baixo impacto da pandemia nos negócios. Por conta disso, 86% disseram não terem feito mudança na administração de suas propriedades e 78% mantêm os planos de investimento durante a crise sanitária.
Os números foram analisados durante entrevista no Programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, pela economista Cíntia Agostini, que destacou que o setor não foi afetado pela pandemia, mas sofre impactos devido a outros fatores como a estiagem. No entanto, quem segura a economia é o agronegócio nesse momento.
“Essa pesquisa corrobora com dados do Rio Grande do Sul que indicam que os produtores sentiram, mas muito menos. Outra dados do Sebrae mostram que 67% dos produtores sentiram algo, mas com impacto menor. A economia não está dando o resultado que queríamos porque o produtor deixou de vender no lanche escolas, na feira e as pessoas diminuíram o consumo devido a alta no preço”, pontua.
Ao contrário, segundo ela, a estiagem enfrentada no Rio Grande do Sul interfere no setor do agronegócio, mesmo que ele esteja segurando a economia. “O que veio a afetar além da estiagem, é o custo do produto em função do câmbio e matéria-prima”, diz.
A pesquisa também traz dados que mostram que a conectividade nas propriedades rurais aumentou em meio à pandemia. Cíntia pontua que esse é um dos ganhos. “Tivemos todos que nos redesenhar e o setor rural mostrou isso”, observa.
A entrevista na íntegra pode ser ouvida abaixo: