No mês de mais restrições, Vale fecha abril com 260 vagas criadas

Mercado de trabalho

No mês de mais restrições, Vale fecha abril com 260 vagas criadas

Resultado positivo surpreende analistas e líderes. Expectativa da CIC-VT era de mais extinções nos postos de trabalho, como ocorreu em março, quando a região ficou com saldo de -148. Pelos dados do Caged, houve um equilíbrio entre os setores produtivos. Ainda assim, a indústria segue como principal responsável pelos índices de empregabilidade

No mês de mais restrições, Vale fecha abril com 260 vagas criadas
Vale do Taquari

No mês marcado pela bandeira preta em todo o RS, havia uma preocupação dos representantes do setor produtivo de redução na oferta de trabalho formal. O resultado de março no Vale do Taquari servia de base para essa observação, quando houve a extinção de 148 postos de emprego.

Pela análise mais atual do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, divulgada no fim da manhã de ontem, em abril o Vale do Taquari voltou a fechar com saldo positivo em 260 novas carteiras de trabalho assinadas.
“Estávamos muito apreensivos. É uma notícia surpreendente e positiva. Justo no mês que convivíamos com mais restrições” avalia o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Ivandro Rosa.

Para ele, ter mais admissões é importante, pois serve de parâmetro à economia regional, pois é por meio do salário que se garante o movimento no comércio e nos serviços. Para os dois próximos meses, o cenário ainda é incerto, alerta.

“Teremos mais impacto da redução de produtividade na indústria alimentícia, em especial da avicultura”, destaca. O segmento citado pelo presidente da CIC-VT passa por um momento conturbado devido ao aumento nos custos de operação, em especial devido ao preço das commodities no mercado internacional.

O preço do milho, principal ingrediente para alimentação animal, subiu mais de 50% em 12 meses. Ainda assim, Rosa antecipa: “Em maio, teremos algumas demissões devido a redução no abate de aves. Mas acredito que outros setores vão compensar. O mês esperado para ser o pior nos surpreendeu. Então a tendência é positiva.”

No somatório dos primeiros quatro meses, o Vale do Taquari acumula mais de 2,7 mil vagas criadas. Quando se analisa o acumulado de 12 meses, o saldo também é positivo, mas um pouco menor. Entre demissões e contratações, houve crescimento de 1,3 mil carteiras assinadas.

A diferença entre abril de 2020 e deste ano

No primeiro, saldo negativo em mais de 2,8 mil postos de trabalho. Agora, positivo em 260. No mês com o pior resultado da região havia muita insegurança. A pandemia tinha chegado ao Vale, feito as primeiras vítimas e ocasionou, inclusive, a suspensão de atividades por quase duas semanas em duas indústrias alimentícias de Lajeado.

“Era o desconhecido. Não se sabia o impacto da covid-19 e muitas atividades foram atingidas. Foram restrições, fechamentos. Vivemos naquele mês o auge do medo”, analisa a economista e professora da Univates, Cintia Agostini.

Na comparação com abril de 2021, a principal diferença está na atuação industrial. “As fábricas não pararam em nenhum momento. Mantiveram as linhas de produção. Ainda que o comércio tenha passado por novas restrições, as empresas também se adaptaram e tiveram algum resultado.”

Para ela, entre todos os setores impactados pela pandemia, segue nos serviços, em especial hotelaria, eventos sociais e de lazer, as condições mais difíceis. Com relação aos resultados do Caged, Cintia analisa que houve um comportamento heterogêneo entre as diferentes atividades produtivas.

“Ao olhar para o perfil da nossa região, não temos nenhum setor que se destacou. A diferença entre as cidades é pequena. Se formos avaliar em volume, em número de pessoas envolvidas nas atividades, a indústria segue como a mais relevante nesta empregabilidade.”

Análise semelhante com a da CIC-VT. Em um primeiro momento, os três setores com mais representação para o saldo de 260 empregos positivos em abril está na indústria, no comércio e nos transportes.

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