A expectativa era de um abril negativo em termos de geração de empregos no Vale do Taquari. Março já mostrava essa possibilidade, frente a extinção de 148 vagas. Na divulgação dos dados do Caged, no fim da manhã de ontem, uma grata surpresa.
Apesar do mês de restrições às atividades econômicas, em especial para o comércio dito não-essencial, o saldo entre desemprego e emprego ficou positivo em 260. Número que contrariou as expectativas de analistas e líderes empresariais do Vale.
Todo o cenário era para uma nova retração nos índices de emprego formal. A pandemia estava acelerada, os hospitais lotados e muitas lojas fechadas. Mas, diferente de abril do ano passado, quando passou de 2,8 mil postos extintos em 38 cidades do Vale, a indústria não parou em nenhum momento.
Tanto a produção nas linhas das fábricas, quanto na construção civil, seguiram as atividades. Apesar da instabilidade do mercado, do aumento nos custos operacionais, esses segmentos importantes conseguiram fazer a roda da economia girar.
O próprio comércio e também os serviços se adaptaram. Ajudaram a manter esse saldo no azul. Importante frisar, o Caged apresenta informações como se olhasse para o retrovisor. São números consolidados quase dois meses atrás.
Passado o pior momento da covid-19, os dados do Caged trazem otimismo. Mostram que o Vale do Taquari enfrenta as dificuldades e consegue mitigar os efeitos da pandemia.
Tudo o que precisa ser feito agora é não relaxar. Qualquer negligência pode colocar tudo a perder. A continuidade desse movimento ascendente do emprego formal está ligada ao enfrentamento do coronavírus. Toda a comunidade regional é responsável por manter a taxa de contágios em baixa, para que não se incorra na volta das restrições.
Os empregadores anteciparam férias, usaram o banco de horas e, aqueles com situações mais instáveis optam pelo programa de proteção ao emprego, com redução de carga horária e suspensão de contratos. Estratégias adotadas para manutenção das vagas e que se mostram assertivas.
Para maio, um dos principais segmentos, o ramo de carnes, sofra com o impacto negativo da alta nos custos de produção. Alguns frigoríficos demitiram devido à redução nos abates. Ainda assim, a tendência é que outros setores equilibrem essa balança e que se tenha outro saldo positivo entre emprego e desemprego.