Há pouco mais de cinco anos, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) entregou três quilômetros de asfaltamento da ERS-130, na localidade de Bom Fim, interior de Cruzeiro do Sul. Foi a última grande intervenção estadual no trecho rural, que segue com uma parte de sua extensão ainda sem pavimento.
Mesmo sem planos da autarquia para o trecho, o prefeito de Cruzeiro do Sul, João Henrique Dullius, busca saídas para que a obra saia do papel. Em Porto Alegre, ele encaminhou ofício à Secretaria de Logística e Transportes pedindo a continuidade da pavimentação de 14 quilômetros da rodovia, em direção à divisa com Venâncio Aires.
Segundo o prefeito, o governo municipal têm se responsabilizado pelo próprio patrolamento da rodovia – mesmo pertencendo ao Estado – mantendo-a em condições de trafegabilidade para os usuários.
“Nunca mais se avançou nisso. Fomos solicitar um recurso para dar continuidade neste trajeto. Pode ser com algum ajuste, uma sobra ou uma emenda parlamentar. Já é uma via consolidada e firme, não precisaria de muito preparo, só em alguns pontos mais críticos”, observa.
Aumento no tráfego
Dullius também entende ser necessária a pavimentação da ERS-130 para que ela se torne mais uma alternativa aos usuários que se deslocam a Porto Alegre e outros destinos, sobretudo após a região se mostrar dependente da BR-386.
“Depois do ocorrido na ponte da BR, muitos acessos foram descobertos. Ter a rodovia asfaltada seria mais uma opção para o escoamento da nossa produção de grãos. Houve um acréscimo de movimento, com a questão da ponte. Alguns motoristas ainda continuam passando, pois ela está em bom estado”, afirma o prefeito.
Parceria entre Daer e Univates
Em 2020, o Daer firmou um termo de cooperação técnica com a Univates para o desenvolvimento de propostas para problemáticas apresentadas pela autarquia. Um desses projetos engloba melhorias no trecho não pavimentado da ERS-130.
Conforme a coordenadora do curso de Engenharia Civil, Rebeca Jéssica Schmitz, os estudos estão em fase inicial e são feitos por alunos do Grupo de Estudos e Pesquisas em Engenharia Geotécnica (Gepeg). Um dos alunos avalia a substituição de uma ponte, no interior de Venâncio Aires. Também já foram recolhidas duas amostras do trecho para estudos, para que seja verificada a capacidade do solo e como seria o pavimento adequado para a rodovia.
“Ainda não definimos exatamente qual o trecho de estudo, se conseguiremos abranger toda a extensão da rodovia não pavimentada ou se faremos em etapas diferentes”, explica Rebeca. São 25 quilômetros não pavimentados, entre Venâncio Aires e Cruzeiro do Sul.
Conforme a professora, é um trabalho que demanda tempo e que projetar uma pavimentação não é uma tarefa simples. “Tem que fazer as camadas de reforço de solo, de camadas de brita e camada final de revestimento. Se fizermos da forma como as pessoas pensam que é, o asfalto vai ficar ruim esburacar e ceder”, alerta.