“Dar aos objetos essa ressignificação é o que mais gosto”

Dicas de restauração

“Dar aos objetos essa ressignificação é o que mais gosto”

Moradora da Barra da Forqueta, Jô Thomas criou o perfil @garimparia_decor onde, além de compartilhar a reforma da casa, dá dicas para quem quer restaurar móveis e objetos sem gastar muito

“Dar aos objetos essa ressignificação é o que mais gosto”
Tem dias que Jô passa horas no atelier criando com peças que guarda em casa (Foto: Bibiana Faleiro)
Vale do Taquari

Uma porta de armário virou divisória, e a antiga máquina de costura, agora, conta a história da família. É por meio dessa técnica de restauração de móveis e pelo reaproveitamento de materiais que a moradora de Arroio do Meio, Jô Thomas, 43, decorou a nova casa. Com o exemplo dos pais, aprendeu o trabalho manual ainda criança e hoje compartilha suas criações na página @garimparia_decor.

“O Garimparia é um diário de bordo aliado a essas trocas de experiências com pessoas que me pedem ideias, sugestões de reaproveitamento. A possibilidade de dar aos objetos essa ressignificação é o que mais gosto”, conta Jô que também mantém o trabalho como escrevente.

A iniciativa surgiu há pouco mais de um ano, quando a família se mudou de Lajeado para Arroio do Meio, e ela viu a necessidade de decorar a casa por conta própria. Nas redes sociais, o que era pra ser um diário de reforma, se transformou, também, em um espaço de dicas e tutoriais.

“Fizemos a pintura de paredes, a construção de um rack para tv e enfeites com materiais reciclados. Os espaços foram ganhando forma, mas sempre tenho coisas pra fazer”, diz. Ela também gosta de mudar e cada vez acrescentar ou substituir uma peça dentro de casa.

Mas essa arte não fica apenas na residência da família e o perfil tem ganhado seguidores. Com os vídeos e fotos nas redes sociais, pessoas começaram a pedir ideias e ela, voluntariamente, ajudava. A proposta também mudou e hoje um dos objetivos de Jô é mostrar que é possível restaurar um móvel ou objeto sem gastar muito.

É ela quem monta os projetos, mas na hora de colocar “a mão na massa”, recebe a ajuda do marido Odair Thomas e do filho Gabriel, de 8 anos, que gosta, especialmente, da pintura. “Às vezes ele ajuda na escolha das cores, muitas vezes ajuda a pintar. A gente acaba fazendo em conjunto e é uma atividade saudável até para estimular a criatividade e tirar a gente um pouco dessa rotina”, conta.

Na casa deles, o berço do filho foi transformado em uma mesa que fica no atelier. Jô busca inspirações na história de cada móvel ou objeto antes de restaurar. Nada é colocado fora. Ela gosta de transformar as peças em algo único e útil para cada ambiente.
“Muitas vezes temos móveis de ‘estimação’ e não sabemos o que fazer com eles. Mas é só dar uma olhada com um pouco mais de carinho, pensar onde mais poderia colocá-lo, em que poderia se transformar, ele pode ganhar um outro significado”, acredita.

Exemplo dos pais

O gosto pelo trabalho manual veio com o exemplo dos pais. Ela, professora e ele eletrotécnico, a criatividade estava presente dentro da casa onde moravam, em Rio Grande. O pai de Jô também gostava de inventar coisas dentro da oficina e arrumava coisas para restaurar.

“Volta e meia ele estava lá pintando uma geladeira com um rolinho. O pai acabava sempre pintando para os vizinhos também, fazia caixinhas de madeira, sempre tinha uma ideia e eu via essas coisas”, conta.

Foi também ele que a ensinou a costurar e tricotar, técnicas em que Jô foi se aprimorando com o tempo, junto com o desenho e a pintura. “Gostaria de transformar esse trabalho em renda no devido tempo e com a devida transição do que faço hoje para essa nova “vida”, que é tão diferente do trabalho jurídico”. Para ela, hoje a arte é também terapia.

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