“Se relaxar, os clientes vêm uma vez e nunca mais voltam”

Abre aspas

“Se relaxar, os clientes vêm uma vez e nunca mais voltam”

Jacob Luir Backes, 64, é um dos pioneiros em lavagem de automóveis em Lajeado. Passou por diversos locais, teve seus próprios pontos e ensinou muitas pessoas a atuar na área. Mesmo aposentado há 11 anos, lava em média 20 carros por dia e pretende seguir atuando enquanto tiver condições

“Se relaxar, os clientes vêm uma vez e nunca mais voltam”
(Foto: Mateus Souza)
Vale do Taquari

Quando você começou a trabalhar com lavagem de automóveis?
Eu trabalhava em uma firma de cimentos em Lajeado. Aí acabei saindo. Fui num posto de gasolina no bairro Praia quando um amigo perguntou se eu estava parado. Disse que sim e ele falou que o Valdir, o proprietário, precisava de um funcionário. Voltei no dia seguinte e comecei a trabalhar, mesmo sem experiência. Comecei com a limpeza por dentro dos veículos. A partir do segundo dia, comecei a fazer sozinho. Peguei o jeito e me especializei em limpeza interna.

Você trabalhou em diversos locais ao longo dos anos. Como foi a tua trajetória?
Trabalhei por 12 anos com o meu primeiro patrão. Aí ele vendeu o posto e ensinei o novo dono. Voltei a trabalhar com o Valdir e, depois, abri uma lavagem por conta, do lado do antigo Posto da Cidade (atual Posto Faleiro). Fiquei lá por quase 20 anos, até que o proprietário do terreno decidiu construir um estacionamento. Fui para o bairro Moinhos, onde fiquei mais 8 anos, passei por Fazenda Vilanova e voltei para Lajeado, trabalhando por três anos e meio na curva da Bento Rosa. Agora estou há dois anos com o Jairo, na Lavagem Stampinha.

Você e o Jairo se reencontraram depois de muito tempo. Como você chegou até ele?
Ele decidiu me pagar mais (risos). Mas é uma longa história. Conheci o Jairo quando ele era adolescente, ia encher o pneu da bicicleta no posto. É muito bacana depois de tanto tempo nós termos nos reencontrado, depois de 40 anos.

Quais as diferenças da época em que você começou a trabalhar para a atual?
São muitas. Na época, Lajeado tinha só 3 postos de lavagem. Hoje são mais de 100. Muitos são de pessoas que ensinei ao longo dos anos. Mudaram os produtos também. Antes, não se tinha nem aspirador. Usávamos sabão em pó. Agora tem sabão de glicerina. E hoje em dia há muito mais carros na cidade. Tem famílias com mais de um veículo. Naquela época, quem tinha um Comodoro, um Opala era considerado rico.

E na sua profissão, o que mudou? Os clientes estão mais exigentes?
Nós temos que ir melhorando cada vez mais para manter uma freguesia. Se relaxar, eles vem uma vez e nunca mais voltam. E tem cliente que deixa pertences pessoais nos carros. Tem que cuidar bastante isso.

Você está aposentado há alguns anos. Pretende seguir trabalhando?
Quero trabalhar até quando puder (risos). Nós sempre temos bastante serviço. Há dias com mais movimento, outros menos. Mas lavo em média 20 carros por dia. Enquanto tiver condições, sigo lavando automóveis.

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