Reféns da  inércia estatal

Editorial

Reféns da inércia estatal

Reféns da  inércia estatal

Pelo menos dez escolas do Vale do Taquari seguem impactadas pela lentidão do poder público em solucionar entraves simples. Após meses de aulas estritamente remotas devido à pandemia, o impasse que proibia o retorno à sala de aula enfim se dissolveu, mas instituições de ensino importantes da região continuam impedidas de receber estudantes.

Problemas ainda decorrentes da enchente de julho de 2020 impossibilitam que quatro turmas tenham aulas presenciais da escola Fernandes Vieira, de Lajeado. Já prejudicada por uma infestação de cupins, o assoalho de seis salas sofreu danos significativos na cheia histórica e, até hoje, os problemas não foram reparados.

É inconcebível que, durante esse tempo todo, não foi possível efetuar o conserto das áreas atingidas. No entanto, outra situação revelada nesta semana reforça a enorme dificuldade do Estado em garantir o funcionamento de um dos setores mais relevantes da sociedade. Como se não bastasse, outras nove escolas do Vale seguem sem aulas presenciais por falta de funcionários.

Sem merendeiras ou faxineiras, as direções escolares comunicam às famílias a impossibilidade de levar os estudantes ao colégio. É o caso de instituições em Lajeado, Arroio do Meio, Progresso, Forquetinha, Marques de Souza, Cruzeiro do Sul e Putinga.

Sabe-se da lentidão costumeira da máquina pública, mas estes são casos que fogem da normalidade, especialmente por se tratar de espaços educacionais. Trata-se de um desrespeito com as comunidades escolares, que há meses aguardam pela permissão de retorno ao ambiente de ensino.

O fato é que o serviço público avança em um compasso próprio, muito aquém das necessidades da sociedade. A suspensão das atividades por falta de servidores é apenas um exemplo dessa letargia estatal. E não se trata de uma deficiência exclusiva da atual gestão de governo.

Mais do que nunca, é preciso avançar na revisão e modernização dos processos burocráticos, de modo a gerar mais agilidade e eficiência ao Estado na implementação de serviços e soluções para a sociedade. Claro, sempre visando a transparência e a segurança com o uso da verba pública.

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