“A música é sobre cura e igualdade”

ABRE ASPAS

“A música é sobre cura e igualdade”

Dimitri Irion, 36, descobriu um câncer maligno no púbis há três anos. Ele prometeu que caso se curasse, gravaria um clipe com amigos músicos para celebrar a vitória contra a doença. O vídeo da canção “Se o céu é azul” tem mais de 300 mil visualizações no Youtube.

“A música é sobre cura e igualdade”
Vale do Taquari

Como foi o processo de compo­sição de “Se o céu é azul”?

Eu já tinha iniciado a música um pouco antes de descobrir que eu tinha um câncer. Eu tinha home­nageado um casal de amigos meus que iriam casar. Então era “Se o céu é azul, todos somos um”, uma espécie de junção entre os dois. Quando eu me dei conta, era uma música perfeita para gravar um clipe de cumprimento de promes­sas. Então, “Se o céu é azul, todos somos um” não é mais o casamen­to entre duas pessoas, mas sim a junção de vários amigos, para gravar. Um projeto musical que vai chamar atenção de todos e todo mundo vai colher os frutos. Por isso, “todos somos um”. É a ideia de igualdade, né? Se todo mundo tá feliz, todo mundo pode colher os mesmos frutos, sem ninguém ser melhor do que ninguém. Tanto que no Ukulele das Américas, a gente sempre convida alguém para tocar, e quem quiser tocar, pode tocar junto conosco. É uma ideia dife­rente das bandas que se vê por aí.

A música tem um poder tera­pêutico?

Uma pessoa que comentou no nosso canal respondeu que ajudou a se curar da covid. Claro, que co­vid passa, mas ajudou a se recupe­rar. Pessoas aqui de Lajeado já me falaram, que quando entram em depressão, olham o nosso clipe e ajuda a superar o dia. Então, acaba sendo terapêutico para depressão e para pessoas que estão doente. Acho que aumenta a adrenalina, o arrepio que o clipe proporciona e acabam melhorando. Não sei se curando, mas se sentindo melhor para se encaminhar para cura. Essa é a essência de “Se o céu é azul” e o clipe. Por isso que está todo mundo de branco no clipe, para representar a cura. A música é sobre cura e igualdade.

Pode contar um pouco mais sobre o projeto?

O Ukulele das Américas era um canal do Youtube, em que só se fala­va sobre ukulele. Ensinava a afinar o instrumento. Falava de marcas, para iniciantes, para intermediá­rios, falava de tudo sobre ukulele. Enquanto eu tinha o canal publi­cava as coisas, mas aí descobri que estava doente. Eu prometi que se eu saísse dessa, eu ia chamar todos os meus amigos músicos e gravar um clipe. Fui lá para o interior, no bair­ro Carneiros, chamei todo mundo, gravei o clipe e repercutiu. Então, não ficou só um canal do Youtube. Virou um projeto musical. É um revezamento de músicos. Ninguém é fixo, nem eu sou fixo. É quem pu­der, quando tiver um evento. É que o projeto surgiu no meio da pande­mia, a gente não fez show ainda. Só live e fomos parar nas rádios, como A Hora e outras.

Como você conheceu o instru­mento?

O ukulele eu conheci em um show do Paul McCartney. Eu achei que era cavaquinho e fui pesquisar, era ukulele. Quando o Paul McCar­tney veio tocar aqui, em 2010, não tinha ukulele no Brasil. Agora tem, em tudo que é lugar. Aí eu fui viajar para Londres, com a minha irmã. E vi ukulele para vender por três libras. Eu comprei meu primeiro ukulele, que não tenho mais hoje. Gostei, e comecei a comprar uns melhores porque tomei gosto.

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