Produtor de tabaco aposta em duas safras por ano

VALE DO RIO PARDO

Produtor de tabaco aposta em duas safras por ano

Lavoura com 20 mil pés tem ciclo menor e mantém produtividade em Venâncio Aires

Produtor de tabaco aposta em duas safras por ano
Cultivo em duas safras visa suprir falta da mão de obra na propriedade (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

A colheita de tabaco neste período do ano não é algo comum. O produtor rural Jorge Reckziegel, 54, aposta no cultivo de fumo na entressafra. Na propriedade do interior de Venâncio Aires, são cultivados 20 mil pés de tabaco com colheita iniciada há duas semanas.

“Colhemos apenas o baixeiro, mas apresenta ser uma safra normal, com o diferencial de folhas maiores”, diz Reckziegel. O cultivo fora do período habitual é um experimento para manter a quantidade de tabaco diante da escassez de mão de obra.

A família Reckziegel cultiva no ciclo convencional 75 mil pés de fumo. “Está complicado contratar serviço na safra e somos apenas três. Para não reduzir a área cultivada, testamos este formato intercalado, com duas safras por ano”, explica.

No ciclo convencional, na região baixa dos Vales, a semeadura ocorre em maio, plantio durante o mês de julho e colheita entre outubro e dezembro. Neste novo ciclo, Jorge fez a semeadura em meados de janeiro e o plantio no mês seguinte.

“A muda cresceu rápido, houve um ganho de trinta dias. Enquanto que a muda da safra fica 70 dias no canteiro, na safrinha o período foi de 40 dias”, revela. Outra vantagem observada pelo produtor é o em relação aos custos de produção. “Utilizei um quantitativo menor de adubo e fertilizantes.”

“Em relação à safra anterior, houve quebra de volume em 14%, devido a estiagem e problemas de nematoide na lavoura. Em virtude disso, queremos modificar um pouco a rotação de cultura”, cita.

Uma das preocupações do produtor é em relação ao frio. “Nossa região também tem incidência de geada e isso pode interferir no resultado final da safrinha”, alerta.

Comercialização

Sobre a safra 2020/21, o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, destaca os números obtidos por meio de pesquisas parciais com os fumicultores. A comercialização, com números até 24 de abril: no Rio Grande do Sul (Virgínia, 54,23%; Burley, 85,95% e Comum, 67,05%), em Santa Catarina (Virgínia, 64,73%); Burley, 83,03% e Comum, 81,12%) e no Paraná (Virgínia, 52,91%; Burley, 70,29%) e Comum, 83,89%).

A estimativa de produção sul-brasileira é de 606.952 toneladas, numa área de 273.356 hectares, com uma produtividade média de 2.220 quilos/hectare. Houve uma redução de 6,02% no número de famílias produtoras, de 146.430 na safra 2019/2020 para 137.618 na safra atual.

Com referência ao preço praticado até o momento, na variedade Virgínia, no Paraná, as pesquisas parciais apontam um acréscimo de 15,96% sobre a safra passada: R$ 8,46, 2019/2020 e R$ 9,81, safra atual; no Rio Grande do Sul, uma redução de 2,23%: R$ 10,31 na safra 2019/2020, e R$ 10,08 na safra atual; em Santa Catarina, acréscimo de 1,78%: R$ 10,10 na safra passada e R$ 10,28 na atual.

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