Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 12, a Operação Aleteia. A ação tem como objetivo desarticular organização criminosa com base de atuação no Vale do Taquari, mas que também cometeu ilícitos em outros municípios do Rio Grande do Sul.
Veja como agiam os alvos da Operação Aleteia
1- Quando uma pessoa se acidentava em um veículo, os criminosos possuíam informantes dentro dos hospitais e UPAs que, de posse dos dados da vítima e informações do acidente, acionavam os cooptadores dos grupos criminosos.
2- Um integrante da organização criminosa entrava em contato e oferecia os serviços do escritório para encaminhamento do auxílio DPVAT, muitas vezes, inclusive, dizendo que sem a ajuda deles a pessoa não receberia o seguro. Ressalta-se que muitas vezes, ainda dentro dos hospitais e locais de atendimento médico é que ocorriam os aliciamentos, quando a vítima estava ainda sendo atendida.
3- Após receber os documentos da vítima, os golpistas adulteravam os laudos apresentados, levavam a pessoa para uma consulta com um fisioterapeuta que participava do golpe e as lesões eram agravadas ou então simulando invalidez permanente, aumentando o valor a ser recebido. Houve um caso que foi fraudado o registro policial e o atestado de óbito de uma pessoa. Este pagamento não foi pago pela seguradora.
4- Assim que os valores eram liberados, a quadrilha repassava a parte que cabia à vítima, ou seja, apenas do ressarcimento das despesas que ela havia informado à organização criminosa, com os descontos pelos serviços e ficava com a diferença referente ao agravamento dos ferimentos ou pela invalidez permanente.
5- Em outros casos, as vítimas eram coniventes com a fraude, posto que sabiam não terem sofrido acidentes de trânsito, mas sim acidentes de trabalho ou domésticos. Tais pessoas eram então cooptados pelos fraudadores que os instava a realizar registros falsos e, consequentemente, laudos e perícias falsas.
6- As investigações apuraram ainda que, mesmo após a negativa administrativa pela seguradora, o grupo não desistia e eram ajuizadas ações judiciais contra a seguradora, buscando o pagamento na esfera litigiosa. Nesta fase, eram igualmente cooptados peritos e as vítimas eram sabedoras que não teriam sofrido lesões de natureza permanente. Há ainda dezenas de ações tramitando na Comarca de Porto Alegre e Lajeado, buscando esse pagamento irregular.