Dois dos três pilares da economia regional estão em xeque. A crise que afeta a avicultura e a suinocultura mobiliza líderes locais na busca por soluções às adversidades enfrentadas por setores tão importantes para o Vale do Taquari. O momento é de apreensão e deve ser um dos focos prioritários das organizações e representantes políticos da região.
A instabilidade em toda a cadeia produtiva dessas duas atividades é gerada pelo aumento sem precedentes dos custos de produção, especialmente o preço do milho e do farelo de soja. Soma-se a isso a retração do consumo interno. O Vale se depara com um dos maiores desafios para a produção alimentícia dos últimos tempos.
Frigoríficos da região diminuem o abate, suspendem linhas de produção e demitem funcionários. No campo, produtores rurais reduzem os alojamentos. Líderes do segmento alertam para o risco de um processo de desindustrialização. Mais do que isso, para a desestruturação de todo o sistema integrado hoje existente no Vale do Taquari.
A união entre as cooperativas e organizações do setor, bem como a articulação com prefeitos e demais representantes políticos, é necessária na tentativa de sensibilizar as autoridades superiores sobre a gravidade do problema. Deputados estaduais, federais e senadores precisam ser acionados para levarem os pleitos até o governo federal.
O que o segmento pede, em especial, é a isenção de impostos para a importação dos insumos. Seria uma medida para proteger os segmentos que tanto caracterizam a força econômica do Vale. Mais do que isso, são duas das principais atividades do setor primário em todo o RS.
Vale lembrar que a economia regional consegue se proteger melhor das turbulências e instabilidades muito em virtude da robustez desses setores. A crise decorrente da pandemia, por exemplo, não é tão grave aqui em função da vocação local para a produção de alimentos. No entanto, esses segmentos agora se deparam com uma dificuldade sem precedentes e precisam de atenção máxima.
