Nascido em Encantado, criado em Caxias do Sul, amigo de Tite e com larga experiência no futebol da Ásia e Oriente Médio. É essa a cartilha de Joel Cornelli, 54, que irá para sua segunda temporada no comando do 6 Yard, time da Jordânia.
A história de Joel no futebol começou no Caxias ainda na base. Fez toda a iniciação no esporte no time da Serra, por onde também se profissionalizou. Como profissional, ainda atuou por outras equipes do estado. Ainda jovem, aos 27 anos, decidiu pendurar as chuteiras e se dedicar à outra área.
Iniciou a carreira como treinador também na base do Caxias. Foi subindo categorias até chegar ao profissional, como auxiliar técnico. Foi aí que sua história se ligou a um grande nome do futebol: Tite. “É um privilégio ser amigo do melhor técnico brasileiro, treinador da Seleção Brasileira. Trabalhei sete anos ao lado dele, fomos campeões estaduais no Caxias em 2000. Depois disso estivemos juntos em muitas ocasiões, inclusive cheguei ao Oriente Médio por indicação dele”, lembra Cornelli.
Experiências no exterior
A porta de entrada do treinador no exterior foi o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, em 2007. Na época Tite treinava a equipe principal e indicou o amigo Joel para o comando da equipe Sub-18. No país ainda passou pelo Al Shabab, entre 2014 e 2016, antes de retornar para o Al Ain em 2017.
Após outros trabalhos, que foram do Brasil à China, o técnico chegou ao 6 Yard, da Jordânia, em 2019. Cornelli diz que treinar e viver fora de seu país natal sempre foi um de seus sonhos. “Sempre quis sair do Brasil, usufruir da cultura e conhecer outros países. Tive boas experiências em todos lugares que passei, tanto nos Emirados Árabes, quanto na China e agora na Jordânia. A questão financeira também ajuda muito, mas o que mais pesa para mim é a experiência e a diversidade cultural”, comenta.
Vida na Jordânia
A oportunidade de chegar à Jordânia veio em 2019. Em um primeiro momento, houve um temor por saber que o país ficava no Oriente Médio. “A Jordânia fica no centro de tudo. Está ao lado de países como Arábia Saudita, Síria, Palestina, Israel e Iraque. Claro que fiquei assustado e apreensivo ao receber o convite e considerar a proposta”, lembra.
No entanto, ao ler e estudar sobre o local, ficou surpreso ao ver que a realidade era diferente do que imaginava. “Descobri que é um país muito seguro e, desde os anos 70, fez um acordo com os vizinhos. É uma zona neutra. Como não pende para nenhum lado em qualquer guerra, está sempre tranquila e sem conflitos.” Mais do que isso, se encantou com a cultura local. “É um país rico de história, praticamente o berço da civilização.”
futebol árabe
Quando falamos em futebol, no entanto, a realidade é bem diferente da brasileira. Na Jordânia há uma filosofia do clube valorizar os jogadores do país. A seleção nacional está no segundo nível do futebol árabe, ainda engatinhando rumo à resultados maiores. “Os clubes e a seleção aqui são pouco desenvolvidos, mas é um bom lugar para o treinador se projetar, ganhar experiência, conhecer outro idioma e buscar outros mercados”, aponta. Cornelli diz ainda se espelhar em outros técnicos que alcançaram projeção no futebol árabe, casos de Fábio Carille, Mano Menezes, e Odair Hellmann.
De contrato assinado para a sua segunda temporada no 6 Yard Club, time sediado na capital Amã, Joel Cornelli embarca na terça-feira, dia 11, para mais uma aventura na Jordânia.
Joel foi parceiro de Tite em vários times, entre eles o Corinthians / Crédito: Divulgação
