Uma proposta para limitar o número de animais de estimação pode ser criada pelo Legislativo de Arroio do Meio. Ainda em fase de estudos, a ideia foi abordada na sessão da quarta-feira, 5, durante os pronunciamentos de Vanderlei Majolo e Alessandra Brod, ambos do PP.
A preocupação com o sossego público está entre os motivos para regrar a quantidade de pets. Conforme Majolo, pessoas já vieram o procurar em função de queixas a casas com muitos animais de estimação.
“Tem o barulho com os latidos e animais que acabam soltos nas ruas. Nossa ideia é que a pessoa tenha animais que possa cuidar sem interferir na convivência com os demais vizinhos”, pontuou o pepista.
Alessandra elabora uma proposição para ser apresentada na câmara. Nas pesquisas, descobriu que já existe lei federal delimitando a quantidade de sete animais por residência, entretanto sem definir o tipo de pet. “É bom a pessoa ter um animal até pela relação com a natureza. Mas temos que nos preocupar com a boa convivência entre todos”, acredita.
Para Majolo, a proposta poderia prever um período educativo para adaptação da sociedade. O vereador também sugere que os tutores com animais a mais atualmente possam manter os bichos e se adaptar à regra após os óbitos dos animais. “Não queremos obrigar ninguém a se desfazer de seus cães ou gatos”, reforça.
O vereador propõe ainda que a quantidade de animais varie de acordo com o tamanho das residências.
Opiniões na sociedade
Voluntária da Associação de Proteção aos Animais Arroio-meenses (Apaam), Solange Beneduzi percebe que a proposta pode dificultar o trabalho das cuidadoras que abrigam cães de rua. Ela teme mais casos de abandono se o regramento vigorar.
Na avaliação de Solange, o governo deveria investir mais na castração de pets, em especial, entre as famílias de baixa. Outra proposta seria usar chips nos animais para identificar os tutores em caso de abandono ou maltrato.
Arroio do Meio já tem um programa de castração que atende cerca de 30 pets por mês. Entretanto, a assistente social, Leopoldina Oliveira percebe que a quantidade nem sempre é suficiente. “Temos uma fila de espera. Na pandemia, aumentou muito a procura pelas castrações”, afirmou.
Favorável a limitação no número de pets, Leopoldina acredita que a proposta pode melhorar qualidade de vida dos bichos e possibilitar aos donos realizar investimentos necessários para a saúde animal.