Ganhou as capas da imprensa regional o caso da Escola Estadual Fernandes Vieira, de Lajeado. Após meses de suspensão das atividades presenciais em decorrência da pandemia até a permissão para a reabertura, o colégio não pode receber alunos de três séries devido a problemas ainda decorrentes da enchente de julho de 2020.
Já prejudicada por uma infestação de cupins, a estrutura da escola sofreu danos significativos na cheia histórica e, até hoje, os problemas não foram reparados. São três salas de aulas, os espaços da coordenação, dos professores e de informática, com buracos no assoalho, que impedem a sua utilização. Ou seja, seis peças comprometidas por um incidente ocorrido há dez meses.
É inconcebível que, durante esse tempo todo, não foi possível efetuar o conserto das áreas atingidas na instituição de ensino. No momento em que as aulas retornam para todos os níveis de ensino. Quatro turmas de estudantes desse educandário não terão a alternativa da presencialidade.
Conforme a 3ª Coordenadoria Regional de Educação, o valor da obra é de R$ 91 mil e há uma empresa licitada. Ainda assim, não há previsão para o início da obra.
Lamentável a falta de agilidade para resolver a situação por parte do Estado. Sabe-se da lentidão costumeira da máquina pública, mas este é um caso que foge da normalidade, especialmente por se tratar de um espaço escolar. Trata-se de um desrespeito com a comunidade escolar, que há meses aguarda pela permissão de retorno ao ambiente de ensino.
O fato é que o serviço público avança em um compasso próprio, muito aquém das necessidades da sociedade. O caso da Fernandes Vieira é apenas um exemplo dessa letargia estatal. E não se trata de uma deficiência exclusiva da atual gestão.
Mais do que nunca, é preciso avançar na revisão e modernização dos processos burocráticos, de modo a gerar mais agilidade e eficiência ao Estado na implementação de serviços e soluções para a sociedade. Claro, sempre visando a transparência e a segurança com o uso da verba pública.