O lado humano do futebol

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

O lado humano do futebol

Vale do Taquari

O futebol aos poucos começa a tocar em áreas antes negligenciadas no desenvolvimento do jogo e também no mundo que é este esporte. Uma das áreas menos abordados, e ao mesmo tempo uma das mais importantes, é o lado humano de seus personagens.

Após a goleada de 6 a 1 do Internacional sobre o Olimpia, nenhum jogador foi mais parabenizado ou aplaudido pela delegação e colegas do que Marcos Guilherme. Em paralelo, é ele talvez o jogador mais criticado do elenco colorado hoje em dia.

A reação de todo o time fez vir à tona que o jogador passa por problemas pessoais. O clube não fala sobre isso e não é sabido qual o problema que o atleta encara. Mesmo assim, é admirável ver a relação dos colegas, assim como a força que o técnico Miguel Ángel Ramírez quis dar para seu comandado.

Dias antes, Ramírez já havia falado sobre o caso de Palacios. Contratado como projeto de craque pelo Inter, o chileno ainda não conseguiu mostrar o seu futebol. Questionado sobre isso, Ramírez falou sobre o fato dele ainda jovem, aos 20 anos, estar pela primeira vez fora de seu país e longe da família. Ainda garoto, Palacios tem um filho de poucos meses e que ficou no Chile com a mãe. E obviamente sente falta de sua família.

O papel da torcida

Esses são casos recentes e vindos do Internacional, mas aposto que todo e qualquer time precise lidar com situações parecidas. Do Lajeadense ao Real Madrid. Jogadores são pessoas e trabalhadores como qualquer outro cidadão. Às vezes esquecemos disso. Preferimos olhar para as cifras milionárias e achar que o dinheiro pode esconder qualquer problema. Longe disso.

O jogador de futebol não está livre de ter problemas pessoais, psicológicos e qualquer outro que seja. Aprendemos a torcer pelo nosso time, com isso achamos que temos liberdade para apontar problemas e xingar qualquer que seja o profissional que está em campo.

A torcida é parte fundamental no aspecto psicológico do futebol. Torço para que um dia o futebol seja um esporte menos bélico. Que o torcedor pare de achar que não há lei, pare de ameaçar atletas, árbitros e técnicos. Passa também pelo torcedor a evolução do esporte.

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