Municipalizado em 2020, o Porto de Estrela aguarda para até o fim do mês de maio a definição do seu modelo de gestão. O prefeito Elmar Schneider participou nesta semana de reuniões com entidades regionais, como a CIC-VT, com procuradores da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA) e ontem esteve na capital gaúcha para tratar sobre o tema.
Conforme o Executivo, a intenção é compor a autoridade portuária por meio de um modelo de parcerias público-privadas. As reuniões são para encaminhar as etapas burocráticas do processo, e os avanços que concretizem a operacionalidade do Porto são esperados para os próximos dias. A dragagem do Rio Taquari até Rio Grande, que era um dos principais obstáculos para a navegabilidade no rio, pode auxiliar no processo.
Centro Logístico Multimodal
Integrar rodovia, ferrovia e hidrovia. Esse é o principal objetivo do Centro Logístico Multimodal proposto por entidades para ser desenvolvido junto ao Porto de Estrela.
“A CIC-VT compreende que seremos muito mais assertivos e eficazes se tivermos ali uma intermodalidade. Ou seja, conectar a rodovia BR-386 com o Porto, mas também interligar a ferrovia, que no momento está desativada. É uma logística que precisa funcionar em uma via de mão dupla: não há a possibilidade de um barco ou trem vir para o Vale apenas entregar mercadoria e voltar vazio. Ele precisa trazer matéria prima ou produtos acabados e voltar com outra carga de produto”, comenta Ivandro Rosa, presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari.
O presidente da entidade explica que um dos principais benefícios de um espaço multimodal é propiciar o barateamento do transporte de mercadorias.
“São grandes cargas que vêm de carretas, ocupam espaço nas rodovias e hoje poderiam ser transportadas para o Vale com um custo muito inferior se viessem por trem. Uma cooperativa fez um cálculo pra gente, em que teria uma economia de R$1 milhão por mês”.
Outros centros pelo RS
A mesma ideia de se construir um terminal logístico multimodal é desenvolvida em outros locais, como em General Câmara. Para Ivandro da Rosa, essa e outras iniciativas são consideradas exemplos e aliadas.
“Todas iniciativas fortalecem a navegação e a lógica da viabilidade econômica. Não são projetos concorrentes, mas sim aliados para tornar viável essa nossa operação”.