O número de pessoas endividadas cresce em proporção similar ao desemprego e a informalidade nas relações de trabalho. Conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o percentual de 22,3% de devedores na faixa de renda de até R$ 2,1 mil é o maior desde 2016, ano em que o país enfrentava crise política e econômica que culminou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Junto com esses dados preocupantes, também há um aumento na inflação do país. No acumulado dos últimos 12 meses, o patamar próximo aos 6% indica que o custo de vida está maior.
Essas duas análises andam lado a lado e mostram que a economia nacional patina. Isso será uma tônica deste ano de 2021, afirmam analistas. Uma retomada da capacidade produtiva, para que essa roda volte a girar com mais naturalidade, depende muito de duas condições. O controle da pandemia no país e o avanço da vacinação.
É assim que os Estados Unidos consegue indicadores tão positivos, com volta do consumo em todas as esferas. Com aumento das importações. Inclusive há uma grande possibilidade dos EUA terem um crescimento do PIB acima da China.
Neste lado do hemisfério, a pandemia faz com que haja mais desigualdade, uma das chagas do Brasil. Os mais atingidos, são as pessoas mais vulneráveis, com pouca formação, que estão nas periferias e com contratos de trabalho frágeis.
Entre o mercado internacional e o que ocorre nos limites da nação, o horizonte é incerto e nebuloso. Mesmo no melhor dos cenários, de melhoria na economia para os próximos meses, é pouco provável que haja impacto positivo sobre a empregabilidade e a renda em 2021.
Os indicadores relacionados ao endividamento e a inflação demonstram a situação de calamidade social para muitas famílias. Esse ambiente faz com que os governos cumpram, mais do que nunca, o seu papel. Seja a partir de programas de transferência de renda para os mais pobres, de proteção ao emprego e, também, para auxiliar na sobrevivência das empresas, em especial as pequenas e médias.