Momento para se desligar das funções do trabalho e cuidar da beleza, saúde e do bem-estar. A enfermeira Caroline Veloso aproveitou o final da tarde, depois do horário de expediente no posto de saúde do bairro Santo Antônio, para ter um dia no spa e cuidar de si.
“Isso é muito bom. Poderia ficar aqui até amanhã”, brinca Caroline enquanto Fernanda Vettorello e Tainá Persch lavam o seu cabelo. Elas são as idealizadoras do projeto “Eu cuido de você”, lançado há duas semanas. A ideia é atender de graça mulheres que atuam na área da saúde e proporcionar a elas um dia de spa capilar ou facial. Cerca de 70 mulheres foram atendidas até o momento.
Fernanda é proprietária de um espaço de venda de produtos de beleza. Já Tainá, de roupas. Muitas das clientes são profissionais da área da saúde. Com a pandemia, perceberam que essas mulheres estavam mais cansadas e com a autoestima baixa.
“Durante a pandemia todo mundo quis ajudar. A comunidade, por exemplo, doou diversas coisas para o hospital, para os postos de saúde. Mas especificamente para essas profissionais não foi pensado nenhum momento. E aqui ouvimos muitas histórias. Além de atender, é também um momento de conversa, onde elas contam como foi o dia, desabafam, falam sobre outros assuntos”, contam Fernanda e Tainá.
Quando elas tiveram a ideia de lançar o projeto, convidaram aquelas mulheres que já eram suas clientes. Muitas inclusive duvidaram que fariam os procedimentos sem pagar nada.
“Esse momento foi muito legal. Ficamos bem surpresas, não imaginávamos que teríamos um momento pra nós. Nos surpreendeu. Eu já era cliente delas, e criamos um laço de amizade. Nesse momento de pandemia foi uma grande surpresa. Nosso trabalho ficou bem pesado na questão de preocupação com a doença. Tanto pelos nossos pacientes, quanto também para nós como profissionais. Tínhamos uma carga emocional muito grande, em função de poder levar a doença para casa, para não contaminar os familiares. Fica esse clima tenso no trabalho. E continuamos com essas incertezas, que nos deixam com ainda mais insegurança e incertezas”, comenta Caroline.
Uma troca de papéis. Para Fernanda e Tainá, a oportunidade de cuidar de quem normalmente tem a função de cuidar dos outros.
“É muito gratificante. Quando elas entram aqui, notamos uma expressão cansada. E quando elas saem, estão bem mais leves. Elas agradecem muito, dizem que foi muito mais do que simplesmente lavar o cabelo, ou um momento de limpeza de pele. Mas elas podem tirar o foco da doença e cuidar um pouco delas”, observam.
