Depois de ser apresentado aos vereadores, o Plano de Mobilidade Urbana passará por uma nova avaliação no Legislativo, com análise dos artigos antes do envio da versão final do projeto de lei. Trata-se do último passo antes de sua implementação.
O documento, de 22 páginas e 169 artigos, trata de temas que integram a política municipal de mobilidade urbana a ser criada. O plano é dividido em quatro eixos temáticos, que apontam diretrizes, ações e projetos para os modos motorizados, modos não-motorizados, educação para a mobilidade urbana e sistema viário.
Conforme o secretário municipal de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade, Giancarlo Bervian, o plano busca melhorar as condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e mobilidade, priorizando, sobretudo, os modos de transporte não motorizados e o serviço de transporte público coletivo.
Para chegar ao documento apresentado à câmara, o governo contratou uma empresa terceirizada que realizou um amplo estudo sobre os gargalos da mobilidade urbana no município, fazendo pesquisas com a comunidade.
Houve também a realização de audiências públicas, cuja participação foi considerada satisfatória. “A comunidade foi muito ouvida. E Lajeado foi uma das cidades com maior participação. A partir dos dados levantados, detectamos onde estavam os problemas. Isso nos proporcionou a condição de elaborarmos o plano, que reflete um pouco dessas carências e necessidades”, salienta Bervian.
Acessibilidade e rede cicloviária
Um dos pontos a serem trabalhados dentro do plano são ações para melhorar a acessibilidade. Vão desde a implantação e readequação de rampas que estejam em desacordo com as normas técnicas até o estímulo à construção de calçadões de uso exclusivo de pedestres, nas vias consideradas eixos comerciais.
No caso da acessibilidade, Bervian lembra que teve conversas recentes com o vereador Márcio Dal Cin (PSDB), que é cadeirante, sobre a obtenção de recursos para recuperação das rampas existentes. “Discutimos isso juntos, pois isso entra dentro dos modos não motorizados. E entre recuperar mil rampas que não estão dentro das normas, preferimos fazer 500 que estejam certas”, ressalta.
Também está prevista, dentro dos modos não motorizados, estão previstas ações para estimular o uso de bicicletas, como a ampliação da rede cicloviária, a integração com o sistema de transporte coletivo, a implantação do sistema de bicicletas compartilhadas e o planejamento de uma ciclovia regional, junto com Estrela e Colinas.
Absorção do trânsito
Desde abril, a Secretaria de Planejamento também ganhou o termo “mobilidade” em sua nomenclatura. Assuntos relacionados ao trânsito, que hoje estão sob o comando da Secretaria de Segurança, serão absorvidos pela pasta.
“A secretaria tem uma relação direta com a cidade. Não será de uma hora para outra essa absorção, mas o prefeito Marcelo pensou nisso e criou essa alternativa”, comenta Bervian.
Um dos gargalos debatidos recentemente é o drive-thru da rede de fast food McDonald’s, situada no bairro Americano. Há um semáforo pouco antes à entrada e saída dos carros e, em horários de pico, torna o trânsito perigoso. “Assuntos como esse agora serão discutidos com muita capacidade técnica”, afirma o secretário.
Transporte coletivo
Outro ponto importante do projeto diz respeito ao transporte coletivo urbano. São cerca de 20 itens que abordam a necessidade de melhorias no sistema para facilitar a vida do usuário.
Para isso, estão previstas pesquisas sobre origem e destino dos passageiros, visando reformulação dos itinerários de ônibus. O governo também estuda a implantação de corredores ou faixas exclusivas para o transporte coletivo.