Vale fecha 148 vagas em março

Dados do Caged

Vale fecha 148 vagas em março

Levantamento do Caged aponta que houve mais demissões do que contratações no mês anterior, mas saldo do ano segue positivo. Resultado tem relação com baixas no setor calçadista

Vale fecha 148 vagas em março
Setor calçadista é um dos mais afetados pela pandemia, refletindo em demissões no Vale (Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Depois de dois meses com bons indicadores para a economia regional no que diz respeito à geração de empregos, março fechou com mais demissões do que admissões no Vale do Taquari. Os dados do último mês do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados ontem, 28, pelo Ministério da Economia.

Ao todo, 148 postos de trabalho foram fechados na região. O saldo negativo é fruto de 4.180 admissões e 4.328 demissões no período. Municípios como Teutônia e Cruzeiro do Sul apresentaram os piores resultados, com a extinção de 137 e 112 postos de trabalho, respectivamente.

Outros 16 municípios fecharam o mês com saldo negativo, incluindo cidades como Encantado, Roca Sales, Santa Clara do Sul e Taquari. Já entre os que tiveram maior criação de vagas, Lajeado se destaca, com 153, seguido por Estrela, com 50, e Imigrante, com 42.

Apesar da baixa em março, o saldo de 2021 segue positivo. Desde o começo do ano, o Vale criou 2,2 mil vagas, com 13.937 admissões e 11.735 demissões. Dez municípios apresentam números negativos no ano, sendo que Cruzeiro do Sul fechou 85 postos de trabalho em três meses.

O acumulado dos últimos 12 meses mostra que a região conseguiu repor as vagas fechadas no começo da pandemia. Foram 652 postos de trabalho abertos no Vale no período. Isso é atribuído à retomada econômica ocorrida antes do agravamento da pandemia e a chegada da nova variante da covid-19.

Demissões no setor calçadista

Para a economista Cintia Agostini, o saldo negativo do Vale em março tem relação com demissões que aconteceram em setores específicos, sobretudo o de calçados. Mas as dificuldades do período já eram esperadas em virtude do impacto das restrições no comércio e nos serviços.

“Criamos uma expectativa positiva com a retomada de janeiro e fevereiro. Mas nossa região foi muito afetada pela bandeira preta, com as restrições de toda a dinâmica de negócios. Demissões ocorreram em todos os setores. E repercute mais quando a indústria demite em volume. Apesar disso, ainda são questões pontuais, porque o saldo negativo não é tão significativo assim”, afirma.

Para abril, Cintia ressalta que as projeções também indicam saldo negativo, visto que o Estado ficou boa parte do mês em bandeira preta. “E sem auxílio emergencial em março e abril, sem programas para nossas empresas, fica difícil. Talvez se tenha uma amenização a partir de maio por conta dessas políticas públicas. Porém, não é uma melhora em função do contexto”, avalia.

No RS

Na contramão da região, o Rio Grande do Sul fechou março com saldo positivo na geração de empregos. Foram 17,7 mil vagas de trabalho criadas no período. Com isso, no ano, já são 74 mil novos postos.

A alta foi puxada pela indústria, responsável por gerar mais da metade (9 mil) destas vagas de trabalho.

 

 

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