Como tu defines a tua arte e como iniciaste nela?
Foi tão intuitivo e experimental que não consigo definir em palavras. Sempre gostei de pintar e desenhar, mas não via isso como profissão. Quando terminei a faculdade de moda e não conseguia um trabalho na área, comecei a pintar com mais frequência, fazer cursos de História da Arte, de técnicas de pintura, desenvolvimento criativo, acabei fazendo uma formação em Artes Visuais e, quando percebi, tinha um traço só meu. Vi que dava pra fazer disso uma forma de renda. Com o tempo, comecei a entender o quanto a arte liberta, como ela muda de significado de pessoa pra pessoa, e deixei esse tempo agir, sem parar de produzir.
Como surgiu a Olívia e qual é a história por trás dessa personagem?
Consegui estilizar o meu desenho do corpo humano nas aulas de moda, com a técnica de croquis. Na conclusão do curso, fiz uma coleção inspirada nos filmes do Tim Burton, e consegui reproduzir a única parte do corpo que eu ainda não gostava nos desenhos: os olhos. Depois de decidir que era isso o que eu faria da vida, comecei a mostrar meus trabalhos e as pessoas perguntavam quem era esse desenho. Em 2016, fiz uma ilustração que me deixou orgulhosa. Tatuei esse desenho e comecei a chamar de Olívia. Desde então eu ainda busco uma história para ela. Gosto de ouvir o que as pessoas têm a dizer, o que sentem, e com isso ir juntando as informações para criar uma história junto de quem gosta e vê ela com algum significado. Acho lindo ver como isso varia de pessoa para pessoa.
Tuas artes são feitas em quadros? De que outras formas tu compartilhas as tuas criações?
A maioria são em quadros, mas também pinto ela em roupas, bolsas, tenho uma coleção de acessórios com a Bibiana SH, e aí a Olívia está em anéis, brincos, colares, tudo feito à mão. Atualmente estou pintando ela em uma parede e iniciando com animação e desenho digital. Ainda tenho planos de fazer uns produtos em cerâmica, mas aí são técnicas para o futuro. As artes também estão no site e no Instagram.
Quais são as tuas inspirações neste meio da arte?
Para mim, o maior mestre é o Van Gogh. Desde criança eu fazia releituras dos quadros. Hoje estudo a vida dele de forma mais profunda, e sinto que isso tem refletido na minha maneira de trabalhar e pensar a arte. Gosto de acompanhar artistas atuais também, como a Jamie Lee Reardin e Brunna Mancuso, e vários outros. Para mim, a prática da arte faz tão bem quanto a meditação. É um momento em que minha mente está calma, dentro da tinta, deixando fluir cada pincelada, cada sombra, cada mescla de cor, por isso pra mim é tudo tão intuitivo, da criação à finalização. Não sigo muito um roteiro, tenho uma ideia e vou manipulando os materiais para chegar mais próximo – e às vezes até melhor – do que tinha imaginado inicialmente.
