“O Vale poderia estar em bandeira vermelha há cinco semanas”

CRITÉRIOS INICIAIS

“O Vale poderia estar em bandeira vermelha há cinco semanas”

Diretor do Hospital Bruno Born participou de entrevista nesta manhã e falou sobre o cenário da pandemia dentro da casa de saúde e o fim da salvaguarda no Estado

“O Vale poderia estar em bandeira vermelha há cinco semanas”
(Foto: Ana Carolina Becker)
Lajeado

No pico da pandemia, o Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, saiu de uma média de 23 hospitalizações para 219. Na última semana, fechou com 37. Os dados foram apresentados pelo diretor da casa de saúde, Cristiano Dickel, em entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta quarta-feira, 28.

Dickel ressalta que na instituição foram feitos estudos que previam os picos, com isso, a estrutura hospitalar foi preparada para as crises enfrentadas. “A gente se preparou e não faltou nada”, comenta.

De acordo com ele, o que preocupa é que a covid-19 é uma doença de picos, assim como tem queda, se eleva novamente de uma forma rápida. “Mas pelos critérios iniciais adotados pelo Estado para avaliação, o Vale já estaria em bandeira vermelha há cinco semanas”, diz.

Sobre o fim da salvaguarda no Estado, Dickel pontua que essa metodologia foi criada para travar e mudar o sistema. “Nunca na história sobraram leitos de UTI”, acrescenta. No entanto, o fim desse método não altera o funcionamento da casa de saúde. “Na forma como ela foi posta, dificilmente as regiões sairiam da bandeira preta nas próximas duas semanas porque é um índice muito baixo levado em conta.”

“Não se viu um caos no HBB”

O diretor da casa de saúde lajeadense enfatiza que não se viu a formação do caos. “As nossas UTIs foram preparadas para ver o fracionamento. Tínhamos quatro UTIs, uma com dez leitos, outra com oito, mais uma com quatro e outra com sete. Eram vários espaços com equipes específicas. Tudo isso para não colocar todos no mesmo espaço e não elevar o nível de estresse, ainda no período de março quando se elevaram os números dos óbitos”, explica.

Dos 1,1 mil funcionários e 300 médicos que atuam no HBB, apenas 360 foram contaminados com a covid. Cerca de 10% desse número é estimado que contraiu dentro do hospital, o restante foi contaminação externa.

Cenário econômico

O cenário econômico está mais difícil neste ano para o HBB. “Até o momento não tivemos aporte de recursos federais, na terça-feira a Federação dos Hospitais em parceria com a bancada gaúcha fez um apelo para recurso extra do governo federal.”

Conforme o diretor, cada leito de UTI tem custo diário de R$ 3,4 mil. Além da equipe de profissionais que atuam na casa de saúde. Os leitos não foram pagam ainda, mas devem ser pagos com recursos que serão viabilizados por meio das parcerias com os municípios da região.

Fique por dentro

  • As cirurgias eletivas estão sendo realizadas;
  • Devem ser liberadas 115 cirurgias na parte pediátrica;
  • Meta é realizar mutirão para a realização de exames de tomografia e outros;
  • A meta do hospital com a Secretaria de Saúde de Lajeado é zerar as filas.

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