A falta de vacinas para aplicação da segunda dose trava o avanço da imunização em diversos municípios do RS. É o caso das principais cidades do Vale do Taquari. Mais do que atrasar o processo, o fato gera insegurança e compromete a proteção de quem recebeu a primeira dose e aguardava para completar o esquema vacinal.
A situação é reflexo de uma estratégia que, desde o início, dá sinais de falta de planejamento, organização e responsabilidade. Além de começar atrasado, o Plano de Imunização Nacional se demonstra frágil e em ritmo muito aquém do razoável para oferecer uma perspectiva real de superação do coronavírus no país.
Atrasar a aplicação da segunda dose é um erro grave, que coloca em perigo a saúde de milhares de pessoas. Enquanto novas variações do vírus surgem e se multiplicam, a imunização parcial favorece o ambiente propício em que o Brasil infelizmente se transformou para o surgimento de mutações cada vez mais perigosas.
Sem previsão de chegada de novas remessas, municípios como Lajeado suspendem a aplicação da primeira dose, diante do receio de que, daqui a duas ou três semanas, podem também não dispor da quantidade necessária para o reforço. Trata-se de uma situação inadmissível, que representa risco real à saúde da população, já tão ameaçada pelo descontrole da pandemia.
Acelerar a vacinação é necessário tanto para preservar vidas como condicionar, o quanto antes, a recuperação econômica. Mais do que nunca, a união de esforços entre os líderes políticos é crucial. Desavenças e interesses eleitorais devem ficar em segundo plano, num momento em que cerca de 4 mil pessoas morrem por dia por covid-19 e que o país se aproxima da marca de 400 mil óbitos.
Enquanto outros países já batem as marcas de 30%, 40% e até 50% de população vacinada, o Brasil segue travado com apenas 5%. Uma nação que outrora foi referência em eficiência imunizatória para o restante do mundo agora patina na maior crise sanitária da história recente da humanidade.
