“As lideranças públicas que nos representam não dialogam”

RETOMADA DAS AULAS

“As lideranças públicas que nos representam não dialogam”

Diretor do Colégio Gustavo Adolfo falou sobre cenário para a retomada das aulas e o quanto esse “abre e fecha” prejudica as crianças

“As lideranças públicas que nos representam não dialogam”
(Foto: Ana Carolina Becker)
Lajeado

O cenário a cerca da retomada das aulas no Rio Grande do Sul tem dado o que falar. Na manhã desta segunda-feira, 26, quando as escolas estavam organizadas para a retomada, o Governo do Estado recuou e suspendeu as aulas. No entanto, a decisão foi tomada tarde e as crianças já estavam em sala de aula.

Grande parte das escolas de Lajeado e da região mantiveram as aulas ao longo do dia pela dificuldade da reorganização das famílias. Em entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, o diretor do Colégio Gustavo Adolfo, de Lajeado, Edson Wietholter, falou que essa falta de informação coerente faz com que a instituição tenha que manter a diplomacia com as famílias. “As lideranças públicas que nos representam não dialogam.”

Além disso, garante que não sabe dizer quais são os reais interesses políticos por trás desses impasses para a abertura das escolas. “Está faltando um pragmatismo total e se tem um engajamento que está sugando forças desnecessárias”, pontua.

Wietholter comenta que deve haver o direito de manter as escolas abertas nessa segunda-feira. “Não posso mandar um novo comunicado ou ligar para cerca de 300 famílias virem buscar seus filhos”, diz. Além disso, lembra que todas orientações para segurança foram adotadas.

O diretor ressalta que um outro problema vem sendo percebido na escola com relação a saúde mental das crianças. “O nosso setor pedagógico tem recebido notícias direto das famílias dizendo que os filhos precisam de ajuda, que eles estão chorando em casa e que os filhos não sabem mais lidar com essa situação. As clínicas estão lotadas”, complementa.

Temas para a sala de aula

O diretor do Gustavo Adolfo também falou sobre um levantamento feito com alunos, pais, professores e lideranças da comunidade sobre a qualificação profissional. Com o novo ensino médio previsto para entrar em vigor em 2022, a intenção é oferecer aulas que ofereçam aperfeiçoamento teórico e técnico aos estudantes.

No colégio serão trabalhados itinerários. Ao chegar no ensino médio, o jovem fará a disciplina de plano de vida traçando perspectivas de vida, além disso, serão oferecidas quatro áreas de conhecimento aliados a uma parte técnica. “Quando falamos em técnico significa que podemos fazer uma parceria com a universidade ou Senai, onde estudante vai fazer essa base e técnico em alguma área de interesse.”

Os resultados da pesquisa estão sendo analisados e deverão ser apresentados em maio.

Ouça a entrevista na íntegra

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