O governo do Rio Grande do Sul luta para manter as rédeas neste combate à pandemia. Mas parece insistir em incoerências que desmantelam a credibilidade do atual e jovem gestor do nosso Estado. E o imbróglio envolvendo o retorno das aulas presenciais é a síntese de toda a bagunça. É só seguir a linha do tempo. O governo estadual proibiu as aulas presenciais, se “arrependeu”, viu a tentativa de voltar atrás ser judicializada, gritou aos sete campos que “um decreto não mudaria a decisão judicial”, e, agora, apresenta justamente um decreto para driblar a mesma decisão judicial. E no meio disso tudo, as nossas crianças e adolescentes adoecendo e perdendo conteúdo.
Aulas presenciais II
A decisão de devolver a autonomia sobre aulas presenciais para os municípios habilitados à cogestão já poderia ter sido anunciada há quase dois meses. No dia 1º de março, logo após a justiça proibir o retorno às salas de aula, a Procuradoria-Geral do Estado entrou com recurso para tentar anular a decisão judicial. Ou seja, o executivo estadual queria o retorno das crianças às escolas. Desde então, e diante das negativas por parte de outros tribunais, o governador insistiu em não alterar as regras. E agora, mudou. Ou seja, foram necessários 53 dias para que o governo do estado percebesse a possibilidade de alterar as regras. Definitivamente, a educação não é prioridade no RS.
Aulas presenciais III
Muitos prefeitos anunciam o retorno das aulas presenciais (educação infantil e 1ª e 2ª ano do fundamental) para a próxima segunda-feira. Na próxima semana, também, vence o prazo para o julgamento do recurso (em segunda instância) interposto pelo estado contra a decisão que impediu as aulas presenciais. No início de março, o CPERS e os defensores das escolas fechadas contavam com apoio popular mais expressivo. Desta vez, porém, a pressão pública parece mais à vontade para defender o retorno às salas de aula. E isso pode influenciar na decisão judicial. Sendo assim, diminui o risco deste novo decreto ser abocanhado novamente pelo protagonismo do Judiciário.
De novo, a dengue
Os primeiros relatos de dengue no Brasil datam do fim do século XIX. Naquele momento, o tal Aedes aegypti já era um problema, mas por conta da transmissão da febre amarela. Em 1955, o país erradicou o mosquito. Cinco anos depois, e diante do relaxamento das medidas adotadas, o vetor voltou com tudo ao território nacional e hoje é encontrado em todos os Estados. A primeira ocorrência do vírus da dengue documentada clínica e laboratorialmente aconteceu em 1981. Ou seja, lá se vão 40 anos e ainda não reaprendemos a evitar a doença por completo. O que nos falta?
Brasão e confusão
O governo de Santa Clara do Sul tentou implantar um novo brasão por conta própria e foi obrigado a recuar. A mudança na identificação do município carece de um debate maior e o Executivo acerta – mesmo tardiamente – ao retirar a proposta que já estava no Legislativo e entregá-la para o devido debate por meio de uma comissão. O prefeito Paulo Kohlrausch (MDB), em entrevista do programa Frente e Verso, tentou minimizar a polêmica. Tentou mostrar desdém. Mas não conseguiu disfarçar o incômodo e o nervosismo com a rejeição momentânea por parte de uma ala da Oposição.
É um tema delicado, eu reforço. E basta uma simples pesquisa no Google para perceber que os debates também são acalorados em outras cidades que tentaram – ou ainda tentam – mudar o brasão. Ou seja, o prefeito poderia ter conduzido melhor esse instigante debate. Assim, teria evitado o desgaste gerado nas redes sociais, principalmente, e também teria evitado desgaste político. Para se defender, Kohlrausch utilizou termos como “oposição desqualificada”, “filósofos de Facebook” e “mau caráter”. E isso vai gerar atritos. Em tempo, a proposta do novo brasão é boa!
Do Cristo à Santa
O Vale do Taquari já conta o Cristo Protetor. A obra não está pronta, eu sei, mas o resultado deste empreendimento já é facilmente projetado em algumas áreas da nossa economia. E isso precisa inspirar outras comunidades. Em Santa Clara do Sul, por exemplo, o debate sobre a construção da estátua da Santa Clara perdura há mais de dez anos. A proposta é erguer o monumento no alto do “Morro dos Marder”, próximo ao centro da cidade. É um investimento alto para um município pequeno. Portanto, o custeio não pode recair apenas sobre os ombros do Executivo. É preciso ser criativo. E eu reforço: o exemplo da comunidade encantadense precisa servir de inspiração. Por lá, os frutos já estão sendo colhidos em praticamente todos os continentes!
Parque Beira Rio?
O novo parque municipal de Lajeado tem nome: definido Parque Dr. Ney Santos Arruda. Entretanto, o Departamento de Trânsito instalou placas com uma informação “um pouco” diferente.