Assim como a pandemia de covid-19, a situação da dengue no Vale do Taquari inspira alerta máximo. Apesar de não ter o mesmo poder de letalidade que a doença causada pelo coronavírus, a velha conhecida dos brasileiros pode ser de difícil tratamento e, para algumas faixas etárias, até mais perigosa.
A região nunca teve um cenário tão preocupante de dengue como atualmente. Nesta semana, Bom Retiro do Sul registrou um óbito por dengue hemorrágica. A cidade está com 181 casos confirmados da doença (69 reconhecidos pelo Laboratório Central do Estado e 112 constatados em exames de laboratórios privados).
Teutônia informa que há dois casos confirmados. Outros municípios monitoram pacientes com suspeitas, como Lajeado e Estrela. Na cidade mais populosa do Vale, são 14 casos em análise. Outro dado que gera apreensão é quanto à presença do mosquito transmissor. Conforme a Coordenadoria Regional de Saúde, 29 municípios do Vale são considerados infestados pelo Aedes aegypti.
Até há alguns anos, falar em dengue no Vale do Taquari parecia algo improvável. Uma doença que acometia regiões tropicais ainda na década de 1990 ganhou cada vez mais força diante da ineficiência das autoridades e descaso de parte da sociedade. O fato é que a comunidade regional hoje convive com essa mazela, em uma conjuntura já bastante agravada pela pandemia.
Diante dos leitos clínicos e de UTI em alto grau de ocupação, as doenças até então consideradas de média gravidade acabam se tornando mais preocupantes. Equipes de saúde exaustas e instituições à beira do colapso compõem um cenário em que qualquer necessidade de atendimento pode ganhar proporções mais críticas.
Comunidade e municípios precisam somar todos os esforços para evitar que a dengue ganhe proporções ainda piores. É necessário o comprometimento de todos nesse enfrentamento, e os cuidados já são mais do que conhecidos. Eliminar pontos de água parada, denunciar situações de risco e potenciais criadouros, limpeza frequente de pátios e terrenos são as estratégias disponíveis.
